Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:
Hernán Crespo surpreendeu mais uma vez na escalação do São Paulo, como tem sido um hábito do treinador argentino. Mas na noite de terça-feira as mexidas bagunçaram a equipe que vinha demonstrando um progresso após as vitórias sobre Internacional e Bahia.
Diante do Racing, pelo jogo de ida das oitavas de final da Libertadores, o treinador optou por iniciar a partida com três volantes (Luan, Liziero e Rodrigo Nestor). O único meia de criação foi Igor Gomes. Benítez e Gabriel Sara, dois dos mais regulares meio-campistas da temporada, começaram no banco de reservas.
O sistema passou longe de funcionar. O São Paulo não se encontrou na região central do campo e a bola era pouquíssimo trabalhada pelos atletas. Com isso, o ataque foi pouco municiado. Com um cemitério de ideias rondando o início de jogo, o Tricolor foi agraciado com um gol de pura sorte. No fim, empate por 1 a 1.
Aos 34 minutos, Welington cruzou uma bola rasteira da esquerda, o goleiro Arias falhou de uma forma atabalhoada e a bola bateu em Vitor Bueno antes de entrar no gol. A partir deste momento, o São Paulo teve os seus melhores momentos na partida e tinha tudo para liquidar e encaminhar a classificação. Mas ficou no quase e um gosto amargo no final…
Aos 37 minutos, novamente Vitor Bueno teve a bola do jogo. Welington arrancou pelo meio de campo, invadiu a área e tocou para o atacante finalizar e correr para o abraço. Mas o chute saiu fraco, quase no meio do gol, e Arias se esticou para fazer a defesa do confronto.
Como se não bastasse a perda do gol, a situação ficou ainda pior no último lance da etapa inicial. Copetti recebeu na entrada da área, girou na marcação de Diego Costa e jogou uma ducha de água fria no São Paulo com uma finalização no canto. O que poderia ser um 2 a 0 minutos atrás virou um empate, ainda mais lamentado pelo fato de o gol fora de casa ser critério de desempate.
Na volta para o segundo tempo, nenhuma substituição. E o São Paulo continuou falhando e apresentando os mesmos problemas da primeira etapa. Pior: demonstrou pouco apetite para querer reverter. Não foi um time aguerrido, de Libertadores.
Somente aos 14 minutos Gabriel Sara e Benítez deixaram o banco de reservas. Eram as esperanças para se ter um meio de campo mais criativo e ter chutes de fora da área. O time até apresentou uma leve melhora, mas a derrota pareceu mais perto do que uma vitória. Marquinhos e Talles Costa entraram no fim da partida e pouco fizeram.
Não era o dia do São Paulo. O empate, no fim das contas, ficou de bom tamanho para o que a equipe apresentou nos 90 minutos. Equipe esta que deve sofrer mais modificações para o jogo da volta, na próxima terça-feira, às 21h30, na Argentina.
Se quiser se classificar para as quartas de final do torneio, Crespo terá que mudar, sobretudo, a postura de seu time. Resgatar aquele espírito de “Copa do Mundo” que teve no Campeonato Paulista e foi tão elogiado à época.
Até lá, são seis dias que separam Hernán Crespo de seu segundo maior feito no comando do São Paulo ou a maior decepção do período em que está à frente do clube.
Por Eduardo Rodrigues — São Paulo