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Fóssil de ‘tubarão’ de 150 milhões de anos é encontrado em Missão Velha, no Ceará

A exploração aconteceu em um ponto do município onde existia um lago, o que explica a variedade de espécies marinhas fossilizadas no local.

fóssil de uma espécie de tubarão de cerca de 150 milhões de anos foi encontrado, nesta quinta-feira (5), em Missão Velha, município no interior do Ceará. A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade Regional do Cariri (URCA) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

A cidade de Missão velha faz parte de um importante sítio paleontológico no Sul do Ceará. É conhecida por pontos como a Floresta Petrificada, onde há árvores fossilizadas.

O fóssil encontrado é o espinho dorsal de uma espécie aquática de água doce, segundo os pesquisadores. O ponto onde foi encontrado já foi um lago. Com isto, várias espécies marinhas mais antigas do que as encontradas em Nova Olinda, no Calcário Laminado, também na região do Cariri.

O paleontólogo Álamo Saraiva ressalta o potencial geológico de Missão Velha. “Eu poderia dizer que, em termos de idade, é onde nós temos a maior diversificação de fósseis. Por exemplo, aqui nós temos passagens de seres vivos de 400 milhões de anos”, diz o especialista.

Para Álamo, Missão Velha inclusive se sobressai, no quesito idade, em comparação com outros municípios da região. “Eu digo sempre que esses fósseis daqui são mais ou menos 25 milhões de anos mais velhos do que os fósseis encontrados em Nova Olinda, Santana e outras localidades da Bacia do Araripe”, reforça o paleontólogo.

“Quando a gente já tinha todo esse material fossilizado, os dinossauros e pterossauros ainda estavam vivos voando sobre essas camadas de ossos”, finaliza o pesquisador.

Provável queda de cometa na região

Álamo disse que os pesquisadores trabalham neste ponto em Missão Velha há cerca de um ano e meio e podem ter feito outras descobertas interessantes. “Nós encontramos, associados à mortandade, um elemento químico geralmente presente nos cometas e provavelmente caiu um cometa aqui nessa área”, revela o paleontólogo.

“Podemos dizer que, com essa associação à mortandade, a gente está tentando ver se encontra essa mesma associação em outros loais do mundo, porque a dúvida é se isso foi um evento local ou um evento de queda de cometa a nível mundial”, complementa o pesquisador.

Ceará no G1

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