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O Ministério da Saúde declarou nesta quinta-feira (16) que irá analisar a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que autorizou a aplicação da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19.
Não há previsão de quando a imunização vai começar porque a vacina para este público tem diferenças em relação ao produto que foi aplicado nos adultos. Estados e municípios não podem apenas utilizar doses já recebidos para outras faixas etárias: é preciso que o governo federal compre doses específicas para as crianças.
“Essa documentação precisa chegar ao ministério, vai ser analisada. São esferas diferentes de análise e decisão. Nós temos o objetivo de, com celeridade, dar o posicionamento do ministério”, disse Queiroga.
Queiroga disse que vai fazer uma “ampla” discussão com a sociedade civil sobre o tema, citando até o Conselho do Ministério Público Federal e o Conselho Nacional de Justiça.
“A aplicação de dose da vacina em criança depende de momento epidemiológico, tem uma série de avaliações”, disse o ministro.
Em seu histórico de ações na pandemia, o ministro Queiroga tem como um dos marcos negativos a decisão de suspender a vacinação de adolescentes. Poucos dias depois, a decisão foi revertida diante da comprovação de que um evento adverso em uma adolescente não tinha relação com a vacinação.
Nesta noite, o presidente Jair Bolsonaro – que declara não ter se vacinado – levantou dúvidas sobre a decisão da Anvisa em uma transmissão ao vivo nas redes sociais. O presidente cobrou a divulgação do nome dos responsáveis pela autorização e disse que os pais devem avaliar se darão ou não o imunizante.
“Não sei se são os os diretores e o presidente que chegaram a essa conclusão ou é o tal do corpo técnico, mas, seja qual for, você tem o direito de saber o nome das pessoas que aprovaram aqui a vacina a partir dos cinco anos para o seu filho. (…) Agora mexe com as crianças. Então quem é responsável é você pai. Tenho uma filha de 11 anos. Vou estudar com a minha esposa qual decisão tomar”, disse Bolsonaro.
Após a decisão da Anvisa, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) manifestou o seu apoio à imunização de crianças e cobrou que o Ministério providencie as doses necessárias.
“Tendo em vista que para dar início à vacinação nesta faixa etária será necessária formulação específica desta vacina com um terço da fórmula “padrão” (10 microgramas por dose), o Conass aguarda posicionamento do Ministério da Saúde quanto à sua aquisição, o que é de sua competência”, afirmou o Conass.
O uso da vacina é necessário para combater o avanço da doença, principalmente frente a nova variante do coronavírus, a ômicron, que segundo evidências é mais transmissível que as demais cepas do vírus.
De acordo com o infectologista Renato Kfouri, representante da Sociedade Brasileira de Imunizações e que participou da avaliação da Pfizer junto à Anvisa, a Covid matou mais crianças do que coqueluche, diarreia, sarampo, gripe e meningite somadas.
“A gente fala que só 0,4% das mortes ocorrem nos menores de 20 anos, mas 0,4% de 600 mil mortes são mais de 2.500 crianças e adolescentes que perderam a vida para a Covid. Em dois anos, esse total de mortes é maior do que todo o calendário infantil. Se somarmos todas as mortes por coqueluche, diarreia, sarampo, gripe, meningite, elas não somam 1.500 por ano. A Covid-19 é uma doença prevenível por vacina que mais mata nossas crianças”, diz Kfouri.
A mesma autorização de uso já foi concedida pelo FDA e pela EMA (agências regulatórias de saúde dos Estados Unidos e União Europeia), além de países como Costa Rica, Colômbia, República Dominicana, Equador, El Salvador, Honduras, Panamá, Peru e Uruguai.
Por g1