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A Justiça Militar da União (JMU) vai julgar, nesta terça-feira (15), o sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, acusado de tráfico internacional de drogas. O militar foi preso em Sevilha, na Espanha, em 2019, ao transportar 37 quilos de cocaína pura em um voo da comitiva presidencial.
Em fevereiro de 2020, Rodrigues foi sentenciado pela Justiça espanhola a seis anos e um dia de prisão. Além disso, ele foi sentenciado a pagar multa de 2 milhões de euros.
Por continuar preso na Espanha, o sargento vai participar da sessão em Brasília de forma remota. Apenas o Conselho Permanente de Justiça estará presencialmente. O g1 tenta contato com a defesa do militar.
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A partir da descoberta da cocaína em um avião da comitiva do presidente da República, a Polícia Federal (PF) deflagrou, pelo menos, cinco fases da operação batizada de “Quinta Coluna”, que investiga um grupo suspeito de traficar drogas em aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB). A última etapa ocorreu em dezembro do ano passado (veja detalhes abaixo).
Mala e os 37 kg de cocaína apreendidas com militar da FAB preso na Espanha — Foto: Guarda Civil de Sevilla
Quando foi sentenciado, Rodrigues fez um acordo com a promotoria da Espanha e, às autoridades, contou que “se aproveitou da condição de militar” para cometer o crime. O sargento disse ainda que deixaria a droga em um centro comercial de Sevilha.
Rodrigues contou que erai a primeira vez que transportava drogas, mas admitiu que costumava revender no Brasil produtos comprados durante as viagens a trabalho, segundo ele, para complementar o salário.
Os promotores espanhóis queriam uma pena maior para o sargento, de oito anos, mas concordaram em reduzir o tempo porque Manoel Silva Rodrigues confessou o crime. Durante a audiência, ele falou pouco. O militar da FAB lamentou a situação e pediu desculpas ao povo espanhol.
Em setembro de 2020, a Justiça da Espanha negou um pedido de transferência do militar. Com a decisão, ele precisa cumprir a pena integralmente no país europeu.
Em fevereiro de 2021, a PF deflagrou a primeira fase da operação Quinta Coluna. Além do uso de aeronaves militares para o tráfico, os investigadores apuram um esquema de lavagem de dinheiro. À época, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão.
Um mês depois, a Justiça determinou a prisão de outros três militares e da esposa de Manoel Silva Rodrigues, por participação nos crimes. Segundo a Polícia Federal, os investigados se associaram ao sargento preso na Espanha, “de forma estável e permanente, para a prática do crime de tráfico ilícito de drogas”.
Em relação à lavagem de dinheiro, as investigações apontam “diversas estratégias do grupo criminoso” para ocultar os bens obtidos por meio do tráfico de drogas, “especialmente a aquisição de veículos e imóveis com pagamentos de altos valores em espécie”, disse a PF.
Em outubro do ano passado, os policiais prenderam um suspeito de ameaçar testemunhas da investigação. Segundo a PF, o preso também é apontado como um dos líderes e financiados do esquema criminoso.
Em dezembro, os policiais deflagraram a quinta fase da operação e cumpriram mandados de busca e apreensão em Brasília e Florianópolis (SC). Nessa etapa, a Justiça Federal determinou o sequestro e o bloqueio de imóveis, R$ 3,6 milhões e de dois veículos de luxo. O nome do alvo não foi divulgado.