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No Ceará, entre 2019 e 2021, 21 mil crianças não receberam nenhuma dose da vacina DTP, que previne contra difteria, tétano e coqueluche. O levantamento é da Unicef, que também traz dados do Brasil e do mundo. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (19).
Segundo a organização, também no estado, 20 mil crianças não receberam nenhuma dose da vacina contra a pólio. A nível nacional, pelo menos 1,6 milhão de crianças não tomaram a DTP. No mundo, esse número chega a 48 milhões.
Segundo Tati Andrade, pediatra da Unicef especialista em saúde, a escolha por estudar a DTP se dá devido sua complexidade. Como ela é injetável e oferecida como “pentavalente” no Brasil, o sistema precisa de mais esforços para aplicá-la.
A DTP protege também contra hepatite B e a bactéria que causa meningite (haemophilus influenza tipo B).
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A Unicef avalia que crianças nascidas pouco antes ou durante a pandemia agora estão ultrapassando a idade em que normalmente seriam vacinadas. Para uma criança ser considerada imunizada, ela precisa tomar todas as doses recomendadas de cada vacina e também suas doses de reforço.
A especialista Tati Andrade aponta que a pandemia agravou uma situação que já era complexa. “Piorou porque o sistema de vacinação foi ficando lotado, muita gente tinha medo de ir porque a recomendação era ficar em casa e também houve crescimento do movimento antivacina no Brasil”, alerta.
O país, que era um dos países com maior destaque quando falamos de confiança em vacinas, agora presencia a volta do sarampo, por exemplo – uma doença que já havia sido eliminada. “A confiança nas vacinas caiu mais entre homens no geral e homens com mais de 65 anos, o que é estranho”, avalia a pediatra.
Segundo a especialista da Unicef, a cobertura vacinal ideal deve ser de, pelo menos, 95%. O exemplo do sarampo é uma prova de como a falta de cobertura afeta. A Unicef aponta que vivemos o maior retrocesso contínuo na imunização infantil em 30 anos.
Ainda segundo o relatório, as crianças de comunidades mais vulneráveis sofrem mais com a falta de cobertura vacinal. Quem vive em locais pobres e remotos se vacina menos. Segundo Tati Andrade, as crianças com menos de 1 ano devem ser protegidas com prioridade, já que estão em um período mais vulnerável.