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Vereadora ré por envolvimento em chacina no interior do Ceará sai da prisão após mais de 2 anos sem julgamento

Chacina aconteceu em 2020, em Ibaretama, e teve sete pessoas mortas, incluindo uma criança. Advogado de Edivanda de Azevedo, ré desde 2020, confirmou ao g1 a soltura da vereadora por excesso de prazo para o julgamento.

A vereadora Edivanda de Azevedo, ré por envolvimento em uma chacina com sete mortos ocorrida no município de Ibaretama em 2020, no interior do Ceará, será solta nesta semana após pedido de habeas corpus ser aceito. Com a soltura, ela pode ainda voltar a assumir o cargo na Câmara Municipal de Ibaretama.

João Vieira Picanço, advogado da suspeita, confirmou ao g1 a soltura. Segundo Picanço, como ela está presa por dois anos e sete meses sem ser julgada, o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) reavaliou o caso. Demais envolvidos na chacina continuam presos.

“Aleguei também que não tinha nenhuma prova concreta contra ela. O desembargador Mauro Parente foi o relator, concedeu a ordem e foi acompanhado pelas duas desembargadoras. Ela vai responder em liberdade e, provavelmente, vai assumir a câmara”, disse Picanço.

O advogado da vereadora tentará reaver seu cargo. — Foto: Reprodução

O advogado da vereadora tentará reaver seu cargo. — Foto: Reprodução

Até o início da tarde desta terça-feira (1°), Edivanda ainda não sabe da notícia. A vereadora chegou a ser empossada dentro do presídio, em julho de 2021, mas foi substituída no cargo por não poder exercê-lo da prisão.

Conforme o advogado, ela só perderia o cargo se fosse julgada ou cassada pela câmara. Uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) foi aberta, mas resolveram arquivar.

“Entrei com um pedido de licença para que um vereador pudesse entrar no lugar dela, fiz um acordo com o presidente da câmara. No acordo, ela entrou com pedido de licença por tempo indeterminado, mas agora ela vai assumir o cargo dela”, completou o advogado.

O mandato de Edivanda termina em 2024. Na cidade, ela também atuava como agente de saúde, outro cargo que o advogado disse que vai tentar recuperar. Como está afastada, ela não recebe salário de nenhum dos serviços. A vereadora tem dois filhos, que estão morando com uma tia.

O julgamento vai acontecer, mas ela ainda não foi pronunciada. O advogado acredita que isso deva proceder em três ou quatro anos.

Relembre o caso

Vítimas foram executadas dentro de residência durante a madrugada. — Foto: Leabem Monteiro/SVM

Vítimas foram executadas dentro de residência durante a madrugada. — Foto: Leabem Monteiro/SVM

Como o g1 noticiou na época, homens armados invadiram uma casa e mataram sete pessoas — entre elas, uma mulher e uma criança de 7 anos —, em Ibaretama (CE), na madrugada do dia 26 de novembro de 2020.

Segundo a polícia, os homens estavam encapuzados e, por volta das 3 horas, entraram pelos fundos da casa, que fica no distrito de Pedra e Cal. Eles abordaram as vítimas e efetuaram os disparos. Não se sabe quantos participaram do crime; até as 13h02, ninguém havia sido preso.

O número de mortos foi confirmado pela equipe da Perícia Forense do Ceará. Moradores da localidade afirmaram que entre os mortos está uma criança e seu tio. A mãe do garoto também foi baleada, mas sobreviveu.

A mãe de um dos homens mortos, que preferiu não se identificar, disse ficou abalada com o fato e que não sabe o que poderia ter motivado o crime.

“Eu recebi a informação por telefone. Meu filho era quieto, ele me ajudava em casa. Acredito que ele estava aqui [na casa] e vieram matar os outros. É muito triste, não sei como a família vai resistir não”, afirmou.

Policiais que participam das investigações e estiveram no local relataram que o crime pode estar ligado à disputa entre facções criminosas na região. No entanto, o caso continua sendo apurado pela Delegacia Regional de Quixadá e Divisão de Homicídio.

Conforme o documento da Polícia Civil, Edivanda tinha conhecimento da chegada do grupo criminoso e “deu pleno auxílio à permanência deles na casa de propriedade de Kelvin, tanto antes quanto depois da empreitada criminosa”.

O delegado aponta que a parlamentar eleita, além de ter prestado alimentação aos matadores, deu declarações contraditórias em depoimento. Ela foi eleita naquele ano pelo PT (Partido dos Trabalhadores) com 335 votos. Entenda o envolvimento da vereadora aqui.

Ibaretama é uma cidade com cerca de 13 mil habitantes e fica a 138 km de Fortaleza.

 notícias no g1

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