Israel concedeu autorização para sobrevoo e aterrissagem de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para o resgate de brasileiros. Atualmente, um avião se encontra em solo italiano, mais precisamente em Roma, com uma segunda decolagem programada para esta segunda-feira (9). O Ministério das Relações Exteriores (MRE) reporta um aumento significativo, chegando a 1,7 mil brasileiros manifestando interesse em repatriação.
Em um anúncio realizado no domingo (8), o governo Lula (PT) revelou a implementação de um plano de repatriação destinado aos brasileiros que se encontram atualmente em Israel e na Palestina, após os ataques brutais do grupo terrorista Hamas contra os israelenses, levando o governo israelense à declarar guerra contra o grupo. A coordenação dessa missão será realizada em colaboração com as embaixadas brasileiras na região, que serão responsáveis por compilar a lista dos cidadãos desejosos de retornar ao Brasil.
A divulgação dessa medida foi conduzida pelo ministro da defesa, José Múcio, e pelo comandante da aeronáutica, brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, após uma reunião realizada nas dependências do Ministério das Relações Exteriores.
Essa operação de resgate não estará desprovida de apoio médico e psicológico, já que equipes de profissionais dessas áreas estarão a bordo das aeronaves para prestar assistência aos compatriotas retornando ao Brasil.
O primeiro avião, um KC-30, com capacidade para transportar até 230 passageiros, partirá de Natal (RN) com destino a Roma, Itália, onde aguardará as instruções para seguir rumo a Israel. Atualmente, uma lista de passageiros está em processo de elaboração para garantir o retorno seguro dos brasileiros.
Seis aeronaves, com capacidade total para transportar 696 passageiros, estão atualmente em fase de preparação para esse esforço de repatriação. Segundo as autoridades brasileiras, aproximadamente 14 mil brasileiros residem em Israel, enquanto outros 6 mil vivem na Palestina.
Além disso, um adicional de 700 brasileiros expressaram interesse na repatriação, somando-se aos que já haviam indicado previamente seu desejo de retorno ao Brasil. Antes disso, o Ministério das Relações Exteriores, conhecido como Itamaraty, havia registrado cerca de mil brasileiros e seus dependentes por meio de um formulário online disponibilizado pela embaixada brasileira em Tel Aviv, que tinha como objetivo solicitar a repatriação. Notavelmente, a maioria dos solicitantes são turistas que estavam hospedados em Tel Aviv ou Jerusalém, incluindo grupos de evangélicos que estavam visitando o país.
O Ministério das Relações Exteriores e a Embaixada em Tel Aviv manterão uma comunicação constante e fornecerão atualizações e assistência aos cidadãos afetados, enquanto o governo brasileiro monitora de perto a situação na região do Oriente Médio e adotará as medidas necessárias para garantir a segurança de seus compatriotas na área.
Nota aos brasileiros em Israel
Em um comunicado oficial, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) reforçou sua mensagem aos cidadãos brasileiros que se encontram em Israel, enfatizando a importância de que busquem ativamente deixar o país. A orientação é clara: aqueles que tiverem essa possibilidade devem procurar alternativas por meio de voos comerciais ou, no caso de turistas, considerar a antecipação de seu retorno ao Brasil.
“Face à incerteza quanto ao momento em que poderá ocorrer o primeiro voo de repatriação, recomenda-se que todos os nacionais que possuam passagens aéreas, ou que tenham condições de adquiri-las, embarquem em voos comerciais disponíveis, do aeroporto de Ben-Gurion, que continua a operar”, diz a nota.
Entenda
Hamas (حماس) é uma sigla que significa “Harakat al-Muqawama al-Islamiyya” (حركة المقاومة الاسلامية), que se traduz para “Movimento de Resistência Islâmica” em inglês. É uma organização política e militar palestina fundada em 1987 durante a Primeira Intifada, um levante palestino contra o domínio israelense nos territórios ocupados.
Israel enfrenta o maior ataque coordenado do grupo terrorista em sua história. No início da manhã deste sábado (7), o Hamas ao mesmo tempo lançou muitos foguetes na região sul de Israel e fez um ataque coordenado por terra. Centenas de terroristas entraram em Israel e foram para as cidades perto da faixa de Gaza e executaram civis que encontravam.
Em apenas três dias, o grupo terrorista Hamas tem até o momento mais de 1.200 israelenses mortos mais de 2.300 feridos. Do total de mortos, mais de 400 vítimas são palestinas, enquanto mais de 700 são cidadãos israelenses. Esses dados alarmantes foram tornados públicos neste domingo (8), por meio do perfil oficial do governo de Israel na plataforma X (Twitter) e pelo veículo de imprensa Times of Israel. A escalada de violência na região continua a causar profunda preocupação internacional.
Além disso, diversos estrangeiros já foram brutalmente assassinados, como o caso do festival de música eletrônica que foi atacado. Diversos turistas foram feitos de reféns. Vídeos circulam na internet, onde os palestinos realizam atrocidades, carregam os corpos de suas vítimas estrangeiras e Israelenses nuas e mutiladas.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que o país está em guerra após o ataque sangrento surpresa do Hamas contra o país. “Cidadãos de Israel, estamos em guerra – não numa operação, não em rondas – em guerra. (…) O inimigo pagará um preço sem precedentes”, disse o político em vídeo publicado nas suas redes sociais.
Neste domingo (8), o gabinete de segurança de Israel declarou oficialmente o estado de guerra, de acordo com a assessoria de imprensa do governo.
“O ataque do Hamas foi incessante e, até o momento, foram milhares de mísseis disparados contra os civis israelenses e que continuam a cair enquanto escrevo. Ao mesmo tempo que as famílias tentavam se proteger dos mísseis, terroristas invadiram por terra, pegaram veículos já preparados, dominaram uma pequena base do exército em Reim e prosseguiram pelas cidades, executando civis que tentavam fugir ou se defender.
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“Se Israel reagir de modo fraco, isto é, se Israel não eliminar o Hamas, o Hamas fortalecerá de modo muito significativo seu discurso e cantará vitória. Provavelmente, Ben Gvir irá derrubar a atual coalizão. Se Israel derrubar o Hamas, certamente parte de seus líderes e membros usará do dinheiro iraniano para se esconder e se juntar a Jihad Islâmica que possui ideologia similar e igualmente patrocínio do Irã”, disse Ricardo Gancz, correspondente do BSM em Israel, em matéria publicada no sábado (7).