A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs deve ouvir, na próxima terça-feira (21), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. A ministra é conselheira honorária do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), uma das organizações investigadas pela CPI por supostos abusos.
Em outubro deste ano, a comissão argumentou que 80% das despesas do instituto foram destinados a consultorias, viagens e parcerias, resultando em “muito dinheiro recebido e nenhum resultado efetivo na Amazônia”, declarou o presidente da CPI, o senador Plínio Valério.
Dos R$ 35 milhões recebidos pelo Ipam em 2022, R$ 29 milhões serviram para subsidiar consultorias, viagens e pagamento de salários. À CPI, o diretor executivo do instituto, André Guimarães, havia elencado que 75% do capital da entidade é proveniente de fundações e entidades públicas e filantrópicas. “O orçamento médio do instituto é de aproximadamente R$ 23 milhões nos últimos 10 anos”, declarou.
Também para as oitivas faltantes, o colegiado espera ouvir os representantes do Instituto Socioambiental – que sofreram duras críticas pelos indígenas devido a uma diligência no distrito de Pari-Cachoeira (AM). Em função das operações de desintrusão realizadas pela Força Nacional nas terras de Apyterawa e Trincheira Bacajá – localizadas entre os municípios de São Félix do Xingu, Altamira, Anapú e Senador José Porfírio – a comissão pretende realizar uma missão avaliativa no estado do Pará.
A comissão foi prorrogada até dezembro, e assim, o relatório deverá ser votado até o dia 19. Quando convocada no início dos trabalhos da CPI, a ministra Marina Silva optou por não se envolver na comissão. Com o encerramento das atividades – sendo a última CPI ativa no Congresso – a ministra deverá ser ouvida pelo colegiado.