Sim, aconteceu: Javier Milei é o novo presidente da Argentina. Com 88% das urnas apuradas por volta das 20h, o candidato da coligação A Liberdade Avança tinha 55,91% dos votos válidos (12.953.483) contra 44,08% (10.211.222) do candidato peronista Sergio Massa, atual ministro da Fazenda e candidato da coligação de esquerda União pela Pátria. Massa reconheceu publicamente a derrota e desejou boa sorte ao seu adversário.
O economista ultraliberal de 53 anos conseguiu eleger-se mesmo contra o Foro de S. Paulo e após uma campanha difamatória da qual tomou parte uma equipe de marqueteiros enviados pelo PT. Também não foram suficientes para conter Milei o generoso empréstimo de 1 bilhão de dólares feito através do CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), nem a compra de votos generalizada, nem o apoio da China e da Rússia aos peronistas, nem o gasto de 1% do PIB argentino na tentativa de impulsionar a candidatura de Sergio Massa.
Milei não quer conversa com Lula – a quem considera um comunista corrupto – nem com a ditadura chinesa. A sua vitória muda consideravelmente a configuração política do continente. Maiúscula em termos numéricos, a eleição do anarcocapitalista dá início a um grande desafio: recuperar a economia e a autoestima de um país devastado pelo socialismo.
A vitória de Milei se deu com votos de papel e sem a presença de um TSE aparelhado em favor da esquerda. Na terça-feira, Brasil e Argentina jogam pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Qualquer que seja o resultado, não afetará a vantagem dos argentinos no último ano. Eles ganharam a Copa, vão entrar para a OCDE e elegeram Milei. Nós perdemos a Copa, estamos longe da OCDE e temos o Egresso no poder.