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Mulher morre após passar por seis cirurgias plásticas no CE. — Foto: Reprodução
A empresária Viviane Lira Monte, que morreu após passar por seis cirurgias plásticas realizadas ao mesmo tempo na cidade de Sobral, interior do Ceará, passou meses guardando dinheiro para realizar os procedimentos, e gastou cerca de R$ 40 mil pelas cirurgias, conforme o companheiro de Viviane, Renan Santiago, contou ao g1.
No dia 31 de agosto, Viviane foi submetida, em uma única vez, a cirurgias na barriga, nos braços, nos seios, nas costas e nos glúteos. Ela teve complicações, chegou a ficar internada por 20 dias, mas faleceu na última quinta-feira (26), na véspera do seu aniversário de 25 anos, que seria comemorado na sexta-feira (27).
Renan contou que, há muito tempo, sua companheira tinha o sonho de realizar uma redução de mama. Nos últimos meses, ela estava se achando acima do peso, e queria também fazer uma lipoaspiração na barriga. Ela começou a procurar atendimento médico para realizar apenas esses dois procedimentos.
Ela encontrou um médico que concordou em realizar os dois procedimentos e foi para uma consulta com ele. No local, ela teria sido convencida a realizar os outros procedimentos.
“Ela saiu de lá dizendo que já ia fazer barriga, peito, braço, em cima da vagina. Disse que tinha ganhado a papada dele, a ‘lipopapada’ ele não ia cobrar. Ela chegou morta de feliz por isso e falou: ‘amor, vou realizar meu sonho'”, relembra Renan.
Renan e Viviane estavam juntos há cerca de seis anos. Eles tinham uma loja de roupas masculinas juntos. O companheiro conta que, desde que se decidiu a realizar os procedimentos, ela passou a guardar dinheiro para pagar os custos dos exames, do hospital e do médico.
Ela também precisou fazer dieta para perder alguns quilos e realizar exames para comprovar que estava apta a se submeter às cirurgias.
Viviane acabou realizando os seguintes procedimentos:
Familiares e amigos de Viviane acreditam que houve negligência médica, pois Viviane recebeu alta apenas um dia após fazer a série de cirurgias. Renan Santiago criticou a postura do médico que conduziu as operações.
“Pelo fato de ele não ter dado assistência. Pelo fato de ele não ter aconselhado ela a ter feito menos procedimentos. Porque ele sabia do risco e ele não avisou ela, simplesmente. Porque ela era leiga. Ela era 100% leiga. Ela não tinha noção. Ela só tinha um sonho de fazer a cirurgia. E foi viver o sonho dela”, lamenta.
Em nota, a Polícia Civil disse que ‘apura as circunstâncias de uma morte suspeita’. “O caso é investigado pela Delegacia Municipal de Sobral, unidade da PCCE responsável pela elucidação do caso”.
O g1 tentou contato com o médico que realizou os procedimentos, denunciado pela família de Viviane por negligência, mas ele não havia respondido até a última atualização desta reportagem.
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Viviane realizou as cirurgias no dia 31 de agosto, um sábado, e foi liberada no domingo (1° de setembro) por um médico plantonista. Ela já começou a sentir dores no estômago. Na segunda (2 de setembro), passou mal, estava sem conseguir fazer xixi.
Quando o quadro de Viviane começou a se complicar, o médico que fez os procedimentos já não estava mais na cidade de Sobral, conforme informações da família. A família ligou para o profissional, e ele teria recomendado que a levassem para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
A jovem ainda teve outros sintomas, como desmaio e falta de ar. Na UPA, o quadro se agravou e ela precisou ser levada para a UTI. Lá, ela teve uma parada cardíaca, mas conseguiram reanimar. Dias depois, no entanto, os médicos chamaram a família, pois ela estava em estado grave.
Viviane foi piorando a cada dia, tomou bolsas de sangue, teve infecção por bactéria e fungos. A cirurgia nos seios chegou a abrir e teve secreção nos braços. Na quinta-feira (26) ela faleceu. Viviane completaria 25 anos na sexta-feira, 27 de setembro.
“Agora, depois de tudo o que aconteceu, a gente vê que nenhum médico faz tantos procedimentos de uma vez. E ele aceitou fazer. A gente não sabe ainda o que foi conversado com ela, qual sonho venderam, se houve um erro médico ou se foi uma fatalidade. O que a gente percebe é que nenhum outro médico faz tantos procedimentos de uma vez só o que reforça a nossa suspeita de que ele tenha sido imprudente, negligente e tenha, de certa forma, iludido ela de que isso daria certo”, comentou Ayrton Alcântara, amigo da vítima.
Por Leonardo Igor de Sousa, Gabriela Feitosa, g1CE