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A Secretaria da Educação disse ao g1 que episódio aconteceu após o ônibus que faz o transporte escolar para a zona rural da cidade furar o pneu, e os alunos subiram na retroescavadeira, mesmo contra a orientação do motorista da máquina.

Nas imagens, os alunos estão na concha da retroescavadeira e comemoram quando um carro passa por eles. A Prefeitura de Tarrafas destacou em nota que o transporte dos alunos na retroescavadeira não foi regular e que apura o caso.

Conforme Cícero Palácio, secretário-adjunto da Educação, os estudantes são alunos do 9º ano da escola Dona Emília Ferreira de Oliveira, na zona urbana do município. Depois da aula na modalidade tempo integral, eles seriam levados para a zona rural, onde moram.

De acordo com o gestor, eles haviam começado o caminho para a casa no ônibus que faz o transporte escolar regular custeado pela prefeitura. No entanto, o pneu do ônibus furou quando o veículo estava próximo à saída da cidade.

O motorista do ônibus conseguiu articular para que dois outros veículos, que operam em parceria com o governo estadual, levassem os alunos em duas rotas. Nesse intervalo os alunos viram a retroescavadeira passando e “pediram carona”, segundo apurou o secretário.

“A gente ficou bastante preocupado porque a gente sabe da responsabilidade. A gente imagina esses adolescentes dentro da concha de uma pá carregadeira dessas que, a qualquer momento, poderia acionar a alavanca e derramar (os estudantes) e passar por cima… Poderia ter sido uma tragédia”, disse ao g1.

Como detalha o secretário adjunto, a retroescavadeira pertence a um empresário que trabalha com o aluguel de máquinas. O que a gestão municipal sabe, até agora, é que os estudantes pediram ao maquinista para subir no equipamento. O grupo que pegou carona tem entre sete e nove alunos, diz o gestor.

Os estudantes seguiram na retroescavadeira apenas por um trecho. Depois da carona, a maioria ficou esperando para ir até as suas casas com o transporte articulado pelo motorista do ônibus da prefeitura. A localidade de Caiçara é a mais distante da escola, a cerca de 20 quilômetros da sede do município.

Conforme o gestor, a cidade tem passado por dificuldades para readequar a demanda de transporte escolar para os alunos do ensino em tempo integral em 2023.

Como explica Cícero Palácio, para atender as diretrizes do governo do Estado, a secretaria identificou que apenas a escola Dona Emília Ferreira de Oliveira teria estrutura para ofertar essa modalidade atualmente.

Dessa forma, o desafio tem sido em garantir o deslocamento dos estudantes que moram na zona rural, uma vez que todas as turmas do 9º ano foram transferidas para a escola que fica na sede.

“O que está ocorrendo aqui também é o desgaste político. Existe uma crise grande entre a Câmara dos Vereadores e a gestão municipal. A gente assume, como eu já fui na Câmara e assumi as responsabilidades, as deficiências que a gente tem no transporte escolar, mas isso aí não é a realidade do que a gente está passando, isso aí é uma cena que jamais a gente gostaria que tivesse ocorrido”, comenta o secretário.

“A gente está aberto para qualquer esclarecimento. A gente preza pela integridade dos nossos alunos. E a gente vai apurar e ficar de portas abertas para que isso seja esclarecido e nunca mais aconteça”, afirmou o secretário adjunto.

Na segunda-feira (23), os alunos envolvidos e os pais dos alunos devem ser chamados à escola para conversar com representantes da Secretaria da Educação.

Por g1 CE