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Ao menos 55 cidades do estado de São Paulo decidiram cancelar o carnaval em 2022 por conta da pandemia de coronavírus.
Dentre elas estão Botucatu, Sorocaba, Mogi das Cruzes, Poá e Suzano. Também foi cancelado o tradicional carnaval de São Luiz do Paraitinga, que leva multidões às ruas. Será o segundo ano consecutivo que o evento não ocorrerá nesses municípios.
Embora as taxas de ocupação estejam baixas e os índices da doença registrem melhoras no comparativo com os piores meses da pandemia, na avaliação de alguns gestores municipais, o momento é de cautela.
As prefeituras temem que a folia possa gerar uma nova onda de contaminação do coronavírus e volte a elevar o número de casos e óbitos.
A média móvel diária de mortes é de 72 nesta terça-feira (23) no estado de São Paulo. O valor é 15% maior do que o registrado há 14 dias, o que para especialistas indica tendência de estabilidade. Já a média diária de casos é de 1.400, valor 33% maior do que o de 14 dias, o que aponta tendência de alta.
Outra justificativa citada é a situação econômica de alguns municípios, que alegam não ter verba para a festa.
Em Sorocaba, por exemplo, a prefeitura comunicou às escolas de samba que não vai disponibilizar recursos públicos para o evento, mas escolas estão se organizando para fazer um carnaval paralelo — permitido pela gestão municipal.
Taubaté também cancelou o evento oficial, mas permitiu que cada escola organize sua própria festa dentro de suas respectivas sedes. Já em Jundiaí foi proibido qualquer tipo de festa.
Na capital paulista, o cronograma segue mantido. No início do mês, a prefeitura recebeu 867 inscrições para desfiles de blocos de rua.
A realização da festa depende da situação da pandemia, mas a gestão municipal já sinalizou que o evento deve ocorrer sem restrições sanitárias. A previsão é a de que 15 milhões de pessoas participem do Carnaval 2022 na capital paulista.
Segundo a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Regional de São Paulo, as cidades têm autonomia para decidir sobre a realização do evento e não precisam informar a gestão estadual.
O comitê teria como objetivo garantir ações de monitoramento e formulação de políticas de saúde que cumpram recomendações sanitárias para realização de um carnaval seguro do ponto de vista da pandemia. São Paulo, Rio e Recife já aderiram à ideia.