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O Elmo é o capacete de respiração assistida para tratar pacientes com quadro leve ou moderado de Covid-19 — Foto: Camila Lima
O uso do capacete Elmo pode ser incorporado como tecnologia do Sistema Único de Saúde (SUS) no tratamento de pessoas com problemas respiratórios. A informação foi divulgada pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) na tarde desta sexta-feira (10). Desenvolvido no Ceará, o capacete Elmo salvou, aproximadamente, 40 mil pessoas no Brasil durante a pandemia de Covid-19.
Representantes do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) do Centro de Inteligência em Saúde do Estado do Ceará (Cisec) e da Gerência de Pesquisa em Saúde (Gepes), da ESP/CE, se reuniram para discutir o processo de submissão da proposta, que será enviada à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec).
O órgão assessora o Ministério da Saúde na incorporação, na alteração ou na exclusão de tecnologias em saúde como medicamentos, produtos e procedimentos, além da constituição ou da alteração de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica.
“A Conitec exige à solicitante – que, no caso, somos nós – que apresente estudos que comprovem a eficiência, a eficácia e a segurança do dispositivo. Além disso, é necessário que o documento contenha uma avaliação econômica e um registro da Anvisa. Nós estamos nessa etapa de providenciar essas atividades para que, em 15 dias, tenhamos mais um encontro, fazendo um balanço do que já foi adiantado”, explicou a diretora de Inovação e Tecnologias da ESP/CE, Alice Pequeno.
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A expectativa é de que o documento esteja finalizado até agosto deste ano. Após a Conitec receber a solicitação, terá um prazo de 180 dias para analisar uma série de fatores, dentre eles, a conformidade documental e os estudos científicos apresentados, além de solicitar estudos complementares, se preciso.
Em seguida, o Ministério da Saúde submete o material à Secretaria de Ciência de Tecnologia e Inovação (SECTI) para averiguar se o documento deve passar por uma audiência pública.
O percurso, então, é finalizado com a publicação no Diário Oficial, disponibilizando o equipamento em toda a rede pública do País. Com isso, a população terá acesso ao dispositivo e qualquer unidade de saúde brasileira poderá fazer aquisições do Elmo.
O Elmo é um capacete de respiração assistida genuinamente cearense, não-invasivo e mais seguro para profissionais da saúde e pacientes, conforme a Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE).
Ele foi criado em abril de 2020 a partir de uma força-tarefa. O equipamento inovador surgiu como um novo passo para o tratamento de pacientes com insuficiência respiratória aguda hipoxêmica por covid-19.
O aparato, inclusive, foi fundamental para evitar a intubação de pacientes, reduzindo em quantidades expressivas a necessidade de internações em leitos de unidade de terapia intensiva (UTI).
“Os testes com o Elmo mostraram que ele funciona para o que ele se propõe, que é oferecer oxigênio, oferecer uma pressão ao redor da face do paciente, que auxilia a respiração, com isso melhora a capacidade respiratória e ajuda a prevenir que o paciente precise de uma intubação e de um leito de UTI, por exemplo, com respirador”, comentou o superintendente da ESP/CE e idealizador do dispositivo, Marcelo Alcântara.
Uma das vantagens do capacete Elmo é que ele pode ser desinfetado e reutilizado, além do custo inferior em relação aos respiradores mecânicos. — Foto: Viktor Braga/UFC
Por Isayane Sampaio, g1 CE