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Ceará lidera ranking de crianças alfabetizadas na idade certa em 2023, diz relatório do MEC

O estado teve 83% das crianças sabendo ler e escrever ao fim do 2º ano do ensino fundamental.

Ceará lidera ranking de crianças alfabetizadas na idade certa em 2023, diz relatório do MEC. — Foto: Fabiane de Paula/SVM

Ceará lidera ranking de crianças alfabetizadas na idade certa em 2023, diz relatório do MEC. — Foto: Fabiane de Paula/SVM

Ceará foi o estado com maior porcentagem de crianças alfabetizadas na idade certa em 2023, conforme o Ministério da Educação (MEC). Ou seja, o estado teve 83% das crianças sabendo ler e escrever ao fim do 2º ano do ensino fundamental. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (28).

Os resultados do primeiro relatório do novo indicador foram apresentados durante reunião do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. Veja abaixo os índices de cada estado do Brasil — com exceção de Acre, Roraima e Distrito Federal, que não tiveram os dados divulgados pelo MEC.

“Esses dados mostram que estamos no caminho certo. Mas ainda temos muito a avançar. O Governo do Ceará não tem medido esforços e nem recursos para fazer a nossa educação crescer cada vez mais. Investir em educação é a garantia de um estado mais justo, humano e igualitário”, citou o governador Elmano de Freitas.

O índice foi calculado a partir do alinhamento nacional dos dados consolidados pelas avaliações aplicadas nos estados em 2023. O Compromisso foi lançado pelo MEC no ano passado, com o intuito de garantir o direito à alfabetização de todas as crianças do Brasil.

Ainda segundo o relatório, 56% das crianças brasileiras alcançaram o patamar de alfabetização definido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) para o 2° ano do ensino fundamental. Com o resultado, o Brasil recuperou o desempenho de alfabetização anterior à pandemia de Covid-19.

O Compromisso Nacional Criança Alfabetizada tem o objetivo de garantir que os alunos de 6 e 7 anos aprendam a ler e a escrever. No país, 100% dos estados e 99,8% dos municípios aderiram ao programa. Mais de R$ 1 bilhão já foi investido no programa, segundo o MEC.

O objetivo também é recompor as aprendizagens, com ênfase na alfabetização de todas as crianças matriculadas no 3°, 4° e 5° ano afetadas pela pandemia.

“Retomamos o patamar que era em 2019 [antes da pandemia da Covid]. Todos os estados melhoraram de 2021 para 2023”, disse o ministro Camilo Santana. O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2021 era de 36%.

Avanço pós-pandemia de Covid

O patamar alcançado pela nova política é semelhante ao percentual de estudantes alfabetizados no Brasil em 2019, segundo o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que era de 55% (entenda abaixo a diferença do atual programa para o Saeb).

“É importante de comemorar, mas ainda estamos muito longe, porque não queremos apenas metade das nossas crianças alfabetizadas na idade certa, queremos 100%. Progredimos, porém ainda temos um longo caminho a percorrer”, avaliou Camilo Santana, ministro da Educação.

De acordo com o ministro, mais de R$ 1 bilhão foi repassado para os estados e municípios para desenvolver políticas locais de alfabetização, garantir a construção de cantinhos de leitura em escolas, formar gestores e professores, entre outras iniciativas.

Situação nos estados

Índice de crianças alfabetizadas na idade certa:

  • Brasil – 56%
  • Alagoas – 44%
  • Amapá – 42%
  • Amazonas – 52%
  • Bahia – 37%
  • Ceará – 85%
  • Espírito Santo – 68%
  • Goiás – 67%
  • Maranhão – 56%
  • Mato Grosso – 55%
  • Mato Grosso do Sul – 47%
  • Minas Gerais – 60%
  • Pará – 48%
  • Paraíba – 51%
  • Paraná – 73%
  • Pernambuco – 59%
  • Piauí – 52%
  • Rio de Janeiro – 52%
  • Rio Grande do Norte – 37%
  • Rio Grande do Sul – 63%
  • Rondônia – 65%
  • Santa Catarina – 61%
  • São Paulo – 52%
  • Sergipe – 31%
  • Tocantins – 44%

O que é o Compromisso e qual a diferença para o Saeb?

O Compromisso Nacional Criança Alfabetizada foi firmado pelo MEC em 2023, com o objetivo de articular ações municipais, estaduais e federais em torno de uma meta: garantir que 100% das crianças do 2º ano do ensino fundamental saibam ler e escrever.

Para que isso se torne possível, o governo criou uma ferramenta nova de avaliação, capaz de traçar um diagnóstico mais preciso da situação de cada rede.

Até então, a principal prova para “medir” os conhecimentos das crianças era o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica). Só que o foco dessa avaliação são os alunos do 5º e 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio, que respondem questões de português e matemática.

Há dois pontos frágeis no Saeb, no quesito de alfabetização:

  • em 2021, as crianças de 2º ano do ensino fundamental só participaram por amostra: ou seja, não foram todas que integraram o levantamento;
  • a avaliação é feita a cada dois anos, intervalo que impede um acompanhamento em tempo real dos problemas de aprendizagem.

Como solução, no Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, avaliações aplicadas por cada estado passaram a ser integradas aos dados do Saeb. Elas são:

  • anuais, para um monitoramento constante das crianças;
  • e censitárias, em vez de por amostra (ou seja, todos participam).

A ideia do MEC é, ao associar o Saeb e as provas estaduais, chegar a uma resposta mais precisa da situação de cada rede de ensino.

Por g1 CE

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