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Cidades cearenses têm registrados temperaturas mais altas que a média para o mês de maio. — Foto: Fabiane de Paula/SVM
As primeiras semanas de maio têm trazido temperaturas elevadas e sensação de calor nas cidades cearenses. Em Fortaleza, os primeiros dias do mês registraram temperaturas máximas com cerca de 2 graus acima da média histórica para o período. Os termômetros marcam dias mais quentes também em municípios do interior.
Desde o início de maio, as temperaturas máximas registradas na capital chegaram a 32,4 ºC, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Para Fortaleza, a média das temperaturas máximas para o mês de maio é de 30,8 ºC em Fortaleza.
Esta média é expressa na normal climatológica para o período de 30 anos, de 1991 a 2020, disponibilizada pelo Inmet. Isto quer dizer que Fortaleza teve dias mais quentes do que a média registrada nas últimas três décadas para o mês de maio.
No interior, as temperaturas também vão além dos valores médios. É possível fazer a comparação com as cidades que aparecem no monitoramento do Inmet para normais climatológicas.
Um exemplo é Sobral, cuja média histórica de temperaturas máximas é de 32,2 °C em maio. Neste domingo (7), o município chegou a 33,5 °C às 14h, conforme registro da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
Em Morada Nova, o registro foi de 33,9 ºC às 15h da sexta-feira (5), também ficando acima da média histórica de 32,7 ºC para a cidade no mês de maio.
“Os termômetros estão mostrando temperaturas acima dos valores médios, e isso está sendo observado com a redução das chuvas. Temos menos nuvens no céu, o que significa que a radiação solar não encontra nenhum obstáculo para chegar até nós”, comenta Meiry Sakamoto, gerente de meteorologia da Funceme.
Confira as maiores temperaturas registradas pela Funceme neste mês:
Mesmo sendo um dos meses da quadra chuvosa no Ceará, maio costuma registrar volumes menores de chuva em comparação com fevereiro, março e abril.
As primeiras semanas de maio trouxeram chuvas sem volumes expressivos e de distribuição irregular pelo território cearense. Conforme Sakamoto, a tendência é que este cenário continue durante o mês.
Uma das razões é o afastamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), principal sistema que provoca as precipitações da quadra chuvosa no Ceará. Nas últimas semanas, o sistema se deslocou para acima da Linha do Equador. Ele deixou a região do oceano Atlântico próxima ao Norte do Ceará, onde esteve posicionado nos últimos meses.
As chuvas têm diminuído. E as temperaturas estão mais altas, principalmente por volta das 14h. É o que mostram os dados monitorados. Mas há ainda a sensação térmica como um fator percebido no cotidiano pelo calor, pelo suor e pela percepção de um tempo “abafado”.
Neste mês de maio, o calor pode não dar trégua pela combinação de três fatores.
“Além das temperaturas registradas acima da média, as pessoas ainda acham que está mais quente, pois a sensação térmica ou o conforto térmico é a nossa percepção no cotidiano. E se o que está sendo observado em maio se confirmar, a tendência é de que o mês continue quente”, explica Sakamoto.
Como os meses seguintes não costumam trazer grandes volumes de chuvas para o Ceará, uma das esperanças de alívio está nos ventos.
A temporada dos ventos fortes começa no mês de agosto. No entanto, as velocidades começam a aumentar e trazer mais sensação de frescor nos meses de junho e julho.
As temperaturas máximas registradas em cidades cearenses têm aumentado nas últimas décadas. Esta tendência é perceptível na comparação das normais climatológicas disponibilizadas pelo Inmet.
As normais climatológicas apresentam valores médios calculados em um período relativamente longo e uniforme. Os dados do Inmet apresentam os valores médios para períodos de 30 anos: de 1961 a 1990, de 1981 a 2010 e de 1991 a 2020.
Comparar os três períodos permite observar variações de longo prazo no clima regional.
Para Fortaleza, a comparação das normais climatológicas aponta que as temperaturas máximas para a cidade subiram em um grau: de 30,1 ºC para 31,1 ºC.
“Pode parecer que aumentar um grau não seja muita coisa, mas a análise das normais climatológicas mostra que, conforme os anos vão passando, as médias vão ficando mais altas pouco a pouco”, observa Meiry Sakamoto.
Para a gerente de meteorologia da Funceme, a comparação dos dados aponta uma mudança significativa por oferecer médias para longos períodos e por abrir uma possível relação com o aquecimento global.
o Ceará no g1