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Cidades do Ceará vão receber vacina da dengue

Em fevereiro, o Ministério da Saúde iniciou a distribuição de vacinas contra a dengue em meio a um recorde histórico de casos da doença no país.

Fortaleza e mais três municípios cearenses vão receber nesta sexta-feira (26) as primeiras doses da vacina contra a dengue, enviadas pelo Ministério da Saúde. Além de Fortaleza, as cidades de Aquiraz, Eusébio e Itaitinga, todas na região metropolitana da capital, receberão doses do imunizante.

Ao todo, o Ceará vai receber 169.513 doses da vacina. Elas serão distribuídas da seguinte maneira:

  • Fortaleza: 154.376
  • Eusébio: 5.641
  • Aquiraz: 5.428
  • Itaitinga: 4.068

A distribuição da vacina contra a dengue no Brasil teve início no mês de fevereiro, em meio a um recorde de casos da doença e de mortes em decorrência dela. Inicialmente, 16 estados e o Distrito Federal receberam o imunizante, mas o Ceará não estava entre os contemplados por conta da baixo número de casos de dengue no estado.

Agora, conforme o anúncio desta quinta-feira (25) do Ministério da Saúde, Ceará, Alagoas, Sergipe, Piauí, Mato Grosso e Rio Grande do Sul também vão receber o imunizante.

No dia 17 de abril, o Ministério da Saúde recomendou a ampliação da vacinação contra a dengue para o público de 4 a 59 anos nos municípios que tenham doses disponíveis, como mais uma forma de combater o cenário alarmante da doença.

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Mosquito transmissor da dengue — Foto: Divulgação

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Por que índices de dengue estão baixos no Ceará?

De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), o estado tem ido na “contramão” do cenário nacional. De janeiro a abril, o Ceará teve apenas 2.641 casos de dengue confirmados e um óbito provocado pela doença.

Antonio Lima Neto, secretário Executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, explicou quais fatores contribuem para esse cenário.

“O que tem acontecido, pelo menos nos últimos oito ou dez anos, é que a transmissão de dengue no Ceará (praticamente em todo o Nordeste) tem se mantido baixa em relação à série histórica”, comentou.

Ele disse que o cenário se tornou mais evidente após a pandemia de Covid-19, com vários casos de epidemias vistos no Centro-Sul do Brasil. Uma das causas prováveis é a expansão do mosquito Aedes aegypti para outros estados ligada ao aquecimento global.

“Durante muitos anos, estivemos solitários nessa situação. O Nordeste era onde praticamente se tinha exclusivamente epidemia de dengue; às vezes, com Rio de Janeiro ou Goiás”, lembrou o secretário

Atualmente, os tipos 1 e 2 de dengue são os que estão em maior circulação. Ambos já causaram epidemias no Ceará, o que contribui para o baixo número de casos no estado, uma vez que a infecção causa, posteriormente, imunidade à pessoa infectada. O secretário, no entanto, disse que não se deve falar em imunidade de rebanho ou coletiva.

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“Mas aqui tem uma fração maior da população que não pode ter a doença, em comparação com o resto do Brasil, porque a população já teve [a dengue desses tipos]”, explicou.

Dengue no Brasil

Considerada pelo Ministério da Saúde como a arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil, a dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti.

Em 2024, o Brasil bateu o recorde histórico de mortes pela dengue, segundo dados do Painel de Arboviroses do governo federal.

Até o momento, o país já registrou 1.792 mortes por dengue, o maior número desde o início da série histórica, em 2000. A título de comparação, em todo o ano de 2023 foram 1094 mortes.

Além disso, o país já registrou mais de 3 milhões de casos prováveis de dengue. Atualmente, já são quase 2 milhões de casos confirmados.

Por Samuel PinusaLeonardo Igor de Sousa, g1 CE

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