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Colômbia deixa de ser sede da Copa América, e torneio deve ser organizado na Argentina

Crescente tensão social torna impossível a realização da competição no país.

A Colômbia não vai mais ser sede da Copa América. A decisão foi tomada nesta quinta-feira, a menos de um mês do início do torneio, marcado para começar no dia 13 de junho. A crescente tensão social no país e a repressão violenta por parte da polícia a protestos tornaram impossível a realização da competição. Assim, o torneio, que teria duas sedes pela primeira vez, deverá ser inteiramente realizado na Argentina.

Nesta quinta-feira, numa última tentativa de manter o torneio no país, as autoridades da Colômbia pediram para a Conmebol o adiamento da Copa América. A entidade que comanda o futebol sul-americano recusou o pedido.

“Por razões relacionadas ao calendário internacional de competições e à logística do torneio, resulta impossível mudar a Copa América 2021 para o mês de novembro”, diz um comunicado oficial da Conmebol, divulgado na noite desta quinta.

Na nota, a Conmebol garantiu a realização da competição na data prevista e informou que divulgará nos próximos dias a nova tabela, com a realocação dos jogos previstos para a Colômbia. O comunicado não cita a Argentina como sede única.

O Brasil jogaria a primeira fase na Colômbia, que receberia as partidas do grupo B. Pela tabela original, estrearia contra a Venezuela no dia 14, em Medellín. Depois, jogaria em Cali, contra o Peru, em Barranquilla, contra a Colômbia, e em Bogotá, contra o Equador.

Esta edição iria estrear um novo formato, com os 10 países divididos em dois grupos, um em cada país. O grupo A, na Argentina, conta com Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai, além da seleção anfitriã. Os quatro melhores de cada chave avançam para a fase de mata-mata.

A retirada da Colômbia como país-sede não é a primeira baixa desta edição da Copa América. O torneio contaria com dois convidados – Catar e Austrália – que desistiram de disputá-lo por causa do calendário apertado e das restrições sanitárias a viagens para a América do Sul.

Em 21 dias de protestos contra uma proposta de reforma tributária do governo colombiano, pelo menos 42 pessoas morreram, a grande maioria civis, e mais de 1.700 ficaram feridas. Até o presidente Ivan Duque admitiu que houve excessos por parte da polícia.

As consequências da tensão social já foram percebidas no futebol. No jogo entre Atlético-MG e América de Cali, pela Libertadores, os jogadores chegaram a sentir em campo os efeitos de gás lacrimogêneo atirado pela polícia para contar uma manifestação nos arredores do estádio Romelio Martínez, em Barranquilla.

Incidente semelhante já havia ocorrido na partida entre Junior Barranquilla e River Plate, no mesmo estádio. Também houve protestos na cidade de Pereira, onde manifestantes tentaram impedir a realização da partida entre Atlético Nacional x Nacional do Uruguai. Ao longo do período de protestos, outros jogos foram transferidos da Colômbia para países vizinhos, como Junior Barranquilla 1 x 1 Fluminense, também pela Libertadores, realizado em Guayaquil, no Equador.

Por Martín Fernández — Rio de Janeiro GE 

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