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Em 10 anos, açude Castanhão ultrapassa 30% da capacidade pelo segundo ano seguido, no Ceará

Há um ano, o açude estava exatamente com 30% de volume. Em 2023, foi a primeira vez que o reservatório passou desta marca desde 2014.

Açude Castanhão ultrapassa pelo segundo ano seguido a barreira dos 30%. — Foto: Cogerh

Açude Castanhão ultrapassa pelo segundo ano seguido a barreira dos 30%. — Foto: Cogerh

O maior reservatório do país, o Castanhão, no Vale do Jaguaribe, no Ceará, ultrapassou o volume de 30% da capacidade de armazenamento. Em dez anos, é a primeira vez que o açude atinge a marca por dois anos seguidos. Os dados são da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).

Há um ano, o açude estava exatamente com 30% de volume. Em 2023, foi a primeira vez que o reservatório passou desta marca desde 2014. Em todo ano de 2014, a capacidade alternou entre 39% (janeiro) e 26% (dezembro). A partir de então só chegou aos 30% ano passado.

O reservatório tem capacidade para acumular 6,7 bilhões de metros cúbicos (m³) de água.

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O pior momento do Açude Castanhão foi em 22 de fevereiro de 2018, quando estava com volume morto. Seu volume na época estava apenas 2,08%. (Veja tabela abaixo)

O volume morto – também chamado de reserva técnica – é a água que fica abaixo do nível de captação dos reservatóriosque não foi programada para ser usada no dia a dia e funciona como “poupança” em caso de emergência. Não existe uma separação física entre a água do volume morto e a água do volume útil. É a mesma água, apenas em um nível mais profundo.

Segundo dados do Ministério da Integração Nacional, o Castanhão é o maior reservatório público do país para múltiplos usos. Concluído em 2003, sua barragem fica localizada no município de Alto Santo e constitui importante reserva estratégica de água. É utilizado para irrigação, abastecimento urbano, piscicultura e regularização da vazão do Rio Jaguaribe.

Situação dos reservatórios

Ceará tem 64 açudes sangrando. Só no último final de semana, sete açudes registraram sangria, incluindo o Açude Benguê, em Aiuaba, que não transbordava há 13 anos.

Segundo a Cogerh, além do Açude Benguê, os açudes Olho d’Água, Cachoeira, Santo Antônio de Russas e Ubaldinho sangraram neste fim de semana. Já o Maranguapinho, na Região Metropolitana de Fortaleza, e Riacho do Sangue, Solonópole, atingiram o ponto de sangria nesta segunda (15).

Com um volume total de mais de 9,5 bilhões de metros cúbicos nos reservatórios, o número de açudes vertendo em 2024 já supera o registrado no ano anterior se comparado a esta mesma data. Atualmente, além dos 64 açudes gerenciados pela Cogerh que estão vertendo, 14 reservatórios operam com mais de 90% de sua capacidade total.

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Outras bacias hidrográficas da região norte mantêm ótimo nível volumétrico, com o Coreaú em 98%, o Acaraú em 95% e o Litoral com 100% da capacidade total acumulada.

Apesar desses avanços, a realidade na bacia hidrográfica dos Sertões de Crateús contrasta com menos de 23% de sua capacidade hídrica acumulada.

Outros 26 reservatórios do Ceará apresentam volumes abaixo de 30% de sua capacidade, “destacando os desafios persistentes impostos pelo clima semiárido da região, com chuvas distribuídas de forma irregular no tempo e espaço”, conforme destacou Tércio Tavares, diretor de Operações da Cogerh.

Por g1 CE

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