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Enel planeja vender controle da distribuidora de energia do Ceará; empresa planeja vendas de ativos no valor total de US$ 21,5 bi

Objetivo é reduzir a dívida líquida e focar sua transição para negócios de energia mais limpa em seis países principais.

Enel  — Foto: Divulgação

Enel — Foto: Divulgação

A italiana Enel anunciou sua intenção de alienar o controle acionário da Coelce, empresa controlada por sua subsidiária brasileira que atua na distribuição de energia elétrica no Ceará.

Em comunicado ao mercado, a Coelce disse que a intenção de venda consta do Plano Estratégico da Enel para o período 2023-2025, revelado nesta terça-feira (22).

“Dentre as várias medidas planejadas, foi contemplada uma possibilidade de alienação do controle acionário da Companhia, detido por sua controladora direta Enel Brasil S.A., muito embora ainda não tenham sido iniciadas concretamente quaisquer medidas e procedimentos em tal sentido”, diz o comunicado da Coelce.

A Coelce fornece energia elétrica nos 184 municípios do Ceará, contando com uma base comercial de aproximadamente 4,38 milhões de unidades consumidoras, segundo informações do site da empresa.

Enel planeja vendas de ativos no valor de 21 bilhões de euros (US$ 21,5 bilhões) para reduzir a dívida líquida e focar sua transição para negócios de energia mais limpa em seis países principais, informou a elétrica italiana nesta terça-feira.

Neste ano, a Enel Brasil alienou sua participação na distribuidora de Goiás –vendida à Equatorial Energia– e na termelétrica em Fortaleza, vendida à Eneva.

Plano de alienação

A maior parte do plano de alienação deve ser alcançada até o final de 2023 e incluirá saída da Argentina e do Peru e a venda de ativos na Romênia, disse o grupo em sua atualização de estratégia 2023-25.

O grupo estatal pretende investir cerca de 37 bilhões de euros nos próximos três anos em seus seis principais mercados: Itália, Espanha, Estados Unidos, Brasil, Chile e Colômbia.

Enel também confirmou seus planos de se tornar livre de carbono até 2040, à medida que se afasta dos combustíveis fósseis para um maior uso de fontes renováveis.

Enel, que também pode vender seu portfólio de gás na Espanha, pretende reduzir sua dívida líquida para 51-52 bilhões de euros até o final de 2023, ante 69 bilhões no final de setembro.

O CEO da elétrica, Francesco Starace, disse a analistas que a turbulência nos mercados de energia significa que a Enel precisa retornar a índices financeiros mais normais.

No entanto, ele disse que os altos preços atuais devem ajudá-la a cristalizar o valor de seus ativos de gás.

A invasão da Ucrânia pela Rússia ressaltou a importância da independência energética, acrescentou Starace.

Ele citou como exemplo a expansão de uma fábrica de painéis solares na Sicília e acrescentou que um projeto semelhante está sendo avaliado nos Estados Unidos.

Enel prometeu recompensar os investidores com um dividendo de 0,43 euro por ano para o período 2023-2025, acima do 0,40 euro em 2022.

Por Reuters

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