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Fortaleza registra o menor índice de infestação de dengue em 2024, diz levantamento — Foto: Divulgação
O último Levantamento de Índice Rápido de Aedes Aegypti (LIRAa) mostrou que apenas 0,84% dos imóveis visitados em Fortaleza tinham focos de dengue. Este é o menor resultado em 2024. Os dados foram divulgados pela prefeitura da capital nesta quarta-feira (16).
No 4º balanço, referente ao período de 9 a 13 de setembro de 2024, foram visitadas 3.915 quadras, com 49.523 imóveis amostrados, dos quais 423 apresentaram focos do mosquito. O levantamento foi realizado em âmbito nacional, no período não epidêmico, que serve como instrumento para orientar medidas de controle e enfrentamento às doenças.
Os dados foram apresentados na 81ª reunião do Comitê Intersetorial de Controle das Arboviroses, promovido pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covis), órgão vinculado à Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
A partir desses resultados, a Coordenadoria de Vigilância em Saúde irá iniciar o planejamento das próximas ações de combate às arboviroses, começando pela Operação Inverno, que visa mobilizar profissionais e a população para o controle efetivo da dengue.
“O LIRAa é programado pelo Ministério da Saúde, com quatro levantamentos ao ano. Este último ocorre num período sem chuvas, o que reduz o ciclo reprodutivo do vetor. O índice obtido foi de 0,85%, ou seja, em menos de uma em cada 100 casas foi encontrado foco do mosquito”, disse Nélio de Morais, Coordenador de Vigilância em Saúde de Fortaleza.
“Embora esse índice esteja abaixo de 1%, o que é considerado aceitável, não podemos esquecer que estamos em um período sem chuvas”, destacou o coordenador.
Em 2024, segundo o último boletim epidemiológico divulgado, de janeiro a 23 de setembro, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) registrou 10.835 notificações de dengue em residentes de Fortaleza.
Desses, 22,8% (2.730) foram confirmados, 72,1% (7.816) descartados, 2,5% (266) permanecem em investigação e 2,6% (287) estão inconclusivos. Comparado ao ano anterior, o número de casos confirmados foi de 4.672.
Nélio também alertou para o fato de que, apesar do período seco, os ovos do mosquito continuam ativos. “Aquele depósito que está no quintal do Seu João ou da Dona Maria pode não ter recebido água agora, mas os ovos do mosquito estão impregnados na parte interna do recipiente”, explicou.
“O primeiro pingo de água fará com que os ovos eclodam, gerando novos mosquitos e potencialmente novas transmissões. Por isso, a ação de todos é essencial. Além disso, com o LIRAa, identificamos os principais bairros com focos do mosquito, o que nos permite focar as intervenções no início da Operação Inverno, em novembro”, complementou Nélio.
A cidade está há 12 anos sem epidemia de dengue, conforme a prefeitura. Em 2024, mais de 1 milhão de imóveis foram vistoriados, e até 15 de outubro, mais de 27 mil focos de dengue foram eliminados.
“Diversas ações contribuíram para que Fortaleza obtivesse bons resultados. Inclusive, recebemos prêmios pelo combate à dengue. De 2008 a 2012, éramos quase a capital da dengue no Brasil, com o maior número de casos”, comentou Nélio.
“Mas, com ações de conscientização, educação nas escolas, fiscalização e operações como a Inverno e Quintal Limpo, estamos no caminho certo. Além disso, valorizamos e capacitamos os agentes de endemias. Cada ano é um desafio, e não há uma fórmula mágica para evitar novas epidemias”, concluiu.
Por g1 CE