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Segundo relatos das vítimas, o golpista explorava a vulnerabilidade emocional de quem aguardava notícias sobre o estado de saúde de parentes graves. Em alguns casos, chegou a pedir até R$ 16 mil, ameaçando que a falta de pagamento poderia levar à morte do paciente.

A representante comercial Rosineide Silva, uma das vítimas, contou que recebeu uma ligação na manhã desta segunda-feira (9) de um homem que se identificou como médico da mãe dela, internada na UTI.

“Ele disse que havia uma bactéria resistente no sangue dela e que precisávamos pagar R$ 4 mil por um exame urgente. Quando falei que não tínhamos condições, desligou. Fui ao hospital e descobri que era mentira”, relatou.

Outra vítima, uma professora de 37 anos da zona rural de Juazeiro do Norte, não teve a mesma sorte. Após a mãe de 67 anos ser internada no domingo (8), o golpista a convenceu a depositar R$ 16 mil em parcelas, usando o argumento de que a situação da idosa pioraria sem o suposto exame. “Por minha mãe, faria de tudo. Jamais imaginei que fosse um golpe”, disse a mulher, que preferiu não se identificar.

Em nota, o Hospital Regional do Cariri reforçou que todos os serviços são oferecidos gratuitamente pelo SUS e orientou familiares a desconfiarem de qualquer cobrança. “Nenhum profissional do hospital solicita valores a pacientes ou responsáveis”, destacou a instituição.

A Delegacia Regional de Polícia Civil de Juazeiro do Norte confirmou que investiga o caso, com base em boletins de ocorrência registrados pelas vítimas. A Secretaria da Segurança Pública do Ceará (SSP-CE) informou que trata o caso como estelionato qualificado e trabalha para identificar o autor.

O advogado Hugo Nunes, especialista em cibersegurança, destacou em entrevista ao G1 medidas para evitar fraudes:

• Desconfie de cobranças: serviços públicos de saúde não solicitam pagamentos.
• Verifique a identidade do interlocutor: exija comprovação e contate o hospital presencialmente.
• Cuidado com dados pessoais: não compartilhe informações sensíveis por telefone ou mensagem.
• “Golpistas usam tecnologia para replicar vozes e criar perfis falsos. A regra é sempre confirmar a informação diretamente com a instituição”, alertou Nunes.

• Registre um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima.
• Bloqueie números suspeitos e denuncie ao aplicativo de mensagens utilizado.
• Entre em contato com o hospital para confirmar procedimentos.