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Governo contratou empresa laranja em obra de prisão de Mossoró, diz jornal

Gildenilson, que recebeu auxílio emergencial, se tornou sócio-administrador da R7 Facilities em fevereiro de 2023, sob o governo Lula, e já assinou um aditivo com o Ministério da Justiça apenas dois meses depois, para serviços de manutenção em Mossoró

O governo federal está no centro de uma polêmica após a contratação de uma empresaR7 Facilities, suspeita para realizar obras de manutenção no presídio federal de Mossoró (RN), onde membros do Comando Vermelho escaparam em 14 de fevereiro. A empresa, com um faturamento anual robusto de R$ 195 milhões, tem como proprietário aparente um beneficiário do auxílio emergencial, residente na periferia de Brasília (DF). A suspeita é de que alguma obra pode ter facilitado a fuga dos criminosos, marcando a primeira fuga na história dos presídios de segurança máxima do país. A informação é do Estadão.

É evidente que há gravidade na situação: um presídio de segurança máxima envolver-se com uma empresa cujo verdadeiro dono é desconhecido. Embora houvesse mais de uma obra em andamento, ainda não foi determinado qual projeto pode ter contribuído para a fuga dos detentos.

Curiosamente, ambos os contratos foram formalizados pelos setores responsáveis pelos presídios no ministério, sem a participação direta dos ex-titulares da pasta. Ele foi inicialmente firmado em abril de 2022 durante a gestão de Anderson Torres no Ministério da Justiça do governo Jair Messias Bolsonaro (PL), foi prorrogado um ano depois, em abril de 2023, sob a administração de Flávio Dino, no governo atual de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O Ministério da Justiça destacou que, na assinatura do contrato em 2022, a empresa atendeu a “todos os requisitos técnicos”, apresentou certidões de conformidade e vinha cumprindo suas obrigações. Diante do escândalos, em comunicado oficial, o Ministério  anunciou que tomará medidas rigorosas para apuração em relação à integridade da empresa envolvida na polêmica: o órgão afirmou que acionará os “órgãos competentes federais” para esclarecer a situação.

Entenda

A Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, testemunhou uma ocorrência inédita: a fuga de dois detentos ligados à facção criminosa Comando Vermelho, tornando-se a primeira fuga registrada em um presídio federal no Brasil. A revelação do incidente foi feita pelos policiais penais, e a dúvida paira no ar: como eles fugiram? Como funciona a estrutura de uma penitenciária federal? A fuga ocorreu na quarta-feira (14).

Os fugitivos, identificados como Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, também conhecido como Tatu ou Deisizinho, de 33 anos, enfrentam mais de 30 processos por crimes que incluem homicídioroubotráfico de drogas e participação em organização criminosa. A penitenciária, integrante do sistema penitenciário federal estabelecido em 2006, até então, ostentava um histórico impecável. Sem registros de fugas, assim eram vistas as cinco unidades de segurança máxima espalhadas pelo país.

A fuga, naturalmente, levanta questionamentos sobre a segurança do sistema, considerado modelo no processo de execução penal. Autoridades agora buscam compreender se a evasão foi resultado de oportunidade ou se contou com ampla assistência externa  ou interna, indicando uma possível conexão entre atos criminosos.

A empresa

A R7 Facilities, sediada em Brasília, chamou de imprudência rotular o proprietário como “laranja”. No entanto, a empresa não esclareceu as dúvidas levantadas e recusou-se a fornecer informações sobre suas atividades em Mossoró. Foi celebrado um contrato de R$ 1,7 milhão para realizar obras de manutenção no presídio federal de Mossoró, reportou em balanços de 2023 um total de R$ 353 milhões em contratos ativos nos setores público e privado.

Apesar do porte da empresa, o sócio-administrador é identificado como Gildenilson Braz Torres, um técnico de contabilidade de 47 anos que recebeu 12 parcelas do auxílio emergencial, destinado a cidadãos em situação de vulnerabilidade financeira durante a pandemia da Covid-19. Ele não foi capaz de fornecer detalhes sobre a operação da empresa.

O histórico de Gildenilson levanta questionamentos: ele é cobrado na Justiça por uma dívida de R$ 8.338,10 com o governo do Distrito Federal, relacionada a parcelas de 2017 a 2020 de um imposto sobre serviços autônomos. Em fevereiro de 2022, um juiz determinou o bloqueio de bens, encontrando apenas R$ 523,64 em suas contas.

Gildenilson tornou-se sócio-administrador da R7 Facilities em fevereiro de 2023, sob o governo Lula, e assinou um aditivo com o Ministério da Justiça apenas dois meses depois, para serviços de manutenção em Mossoró. Desde janeiro de 2021, a empresa estava registrada em nome de outro: o bombeiro civil Wesley Fernandes Camilo. Foi ele quem assinou o contrato em 2022 com o antigo Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

Curiosamente, Wesley se mostra satisfeito por ter repassado uma empresa com um balanço milionário, da qual era único dono… O Volkswagen Nivus em sua garagem, avaliado em R$ 111 mil, está registrado em nome da empresa. Ele negou ter sido um “laranja”, ressaltando o seguinte:

“Na realidade, irmão, eu comprei do Ricardo e passei para o Gil. Mas isso aí, bicho, vai além de tudo isso. O meio é fogo, irmão. É só você pesquisar. Para ficar num meio sujo e perverso, melhor sair e passar para a mão dos caras.”

R7 Facilities presta serviços ao governo federal desde setembro de 2016, conforme registros no Portal da Transparência. O primeiro contrato com o Ministério da Justiça data de fevereiro de 2019, ainda sob a gestão do primeiro fundador, Ricardo Caiafa.

Entenda como funciona o sistema penitenciário federal e como a fuga de dois presos ligados ao CV foi possível:

POR: BRASIL SEM MEDO

Rhuan C. Soletti·21 de Fevereiro de 2024 às 14:51

 

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