O governo liderado pelo atual ocupante da presidência (PT) deu sinal verde para o reconhecimento do estado de emergência proclamado pela prefeitura de Maceió, a capital alagoana. A medida foi tomada em virtude do iminente colapso em uma das minas exploradas pela gigante Braskem, e a confirmação oficial será veiculada em uma edição extraordinária do Diário Oficial da União.

Em 2018, as cavernas resultantes da extração de sal-gema pela Braskem desde o final dos anos 1990 começaram a ser fechadas devido ao afundamento de cinco bairros em Maceió. A acentuação do colapso já resultou no deslocamento de pelo menos 50 mil pessoas. No mês de junho, a empresa anunciou a indenização estimado em 1,7 bilhão de reais com a prefeitura de Maceió. Posteriormente, uma decisão judicial determinou que a Braskem também indenizasse o estado de Alagoas.

Entre os dias 28 e 30 de novembro deste ano, no entanto, o solo de uma das 35 minas da Braskem destinadas à extração de sal-gema em Maceió cedeu impressionantes 1,87 metros. Com base nos cálculos da Defesa Civil local, estima-se que a mina esteja afundando a uma taxa alarmante de 62 centímetros por dia.

O alerta permanece sobre a cidade, especialmente devido ao risco iminente de colapso na mina número 18, situada nas proximidades da Lagoa Mundaú. Na quinta-feira (30), a Defesa Civil emitiu uma ordem para que a população evitasse transitar pela região, agravando a situação nos bairros de Mutange, Pinheiro e Bebedouro.

Em resposta, a Braskem, por meio de comunicado, afirmou estar continuamente monitorando a situação da mina 18 e adotando medidas para mitigar o impacto de possíveis ocorrências.

“Referido monitoramento, com equipamentos de última geração, foi implementado para garantir a detecção de qualquer movimentação no solo da região e viabilizar o acompanhamento pelas autoridades e a adoção de medidas preventivas como as que estão sendo adotadas no presente momento”, alegou a empresa.

Hoje, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, representante do Progressistas (PP-AL), fez um apelo por “amparo urgente” por parte do governo federal. Em suas palavras, ele ressaltou a necessidade de manter uma frente unida em busca de medidas que possam “evitar danos maiores” à população. Logo em seguida, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), assegurou estar atento aos abalos sísmicos na região por intermédio dos ministérios de Minas e Energia, Transportes e Desenvolvimento Regional.

Alckmin destacou que o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), encontra-se na capital alagoana. Ele informou também ter mantido conversas com o governador Paulo Dantas (MDB), e o prefeito João Henrique Caldas (PL).