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Maria da Penha terá proteção após receber ameaças pelas redes sociais

Ameaças foram feitas por grupos que disseminam ódio contra mulheres nas redes sociais. Maria da Penha anda em cadeiras de roda por agressões do ex-companheiro e dá nome à lei que torna mais rigorosa violência contra mulheres.

Maria da Penha, ativista e farmacêutica cearense que deu nome à Lei Maria da Penha — Foto: Divulgação/Instituto Maria da Penha

Maria da Penha, ativista e farmacêutica cearense que deu nome à Lei Maria da Penha — Foto: Divulgação/Instituto Maria da Penha

Maria da Penha Maia Fernandes vai ganhar proteção após receber uma série de ataques de membros da extrema-direita e dos chamados “red pills” e “masculinistas”, que se reúnem em comunidades digitais para disseminar o ódio às mulheres.

Ela recebeu confirmação de que receberia proteção da ministra das MulheresCida Gonçalves, que esteve em Fortaleza. Antes já havia se articulado com o Governo do Ceará para trazer a informação sobre a proteção para a cearense.

Além da proteção feita por agentes de segurança do estado do Ceará, a ministra informou que a casa de Maria da Penha será transformada em um memorial para servir como referência no combate à violência contra a mulher.

O governador Elmano de Freitas afirmou nas redes sociais que Maria da Penha terá proteção do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos.

“Tomei conhecimento das ameaças sofridas pela ativista Maria da Penha por grupos de comunidades digitais que disseminam ódio contra as mulheres. São ações repugnantes e inadmissíveis”, disse.

Vítima de agressão e tentativa de homicídio

Maria da Penha Maia Fernandes nasceu em Fortaleza e formou-se na Faculdade de Farmácia e Bioquímica da Universidade Federal do Ceará (UFC), em 1966. No ano de 1983, ela foi vítima de dupla tentativa de feminicídio pelo marido, pai de suas duas filhas, e ficou paraplégica após receber um tiro na coluna.

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Após acionar o poder judiciário cearense, Maria da Penha conseguiu assegurar a sua luta por justiça em 7 de agosto de 2006, quando foi sancionada a lei contra as violações aos direitos humanos das mulheres.

Como denunciar casos de violência doméstica

Além de denunciar em distritos policiais e delegacias especializadas, a mulher em situação de violência doméstica pode recorrer a uma rede assistencial de entidades dos poderes municipal, estadual e federal. A denúncia também pode ser feita de forma anônima.

Disque 180

O Disque 180 é o telefone exclusivo de atendimento à mulher do governo federal. O número presta apoio e escuta mulheres em situação de qualquer tipo de violação ou violência de gênero. Por meio do canal, os casos são encaminhados a órgãos competentes.

Delegacia de Defesa da Mulher

O serviço de denúncia em Fortaleza é direcionado para a unidade especializada de Defesa da Mulher, que fica no complexo da Casa da Mulher Brasileira, no Bairro Couto Fernandes. A delegacia também funciona de forma ininterrupta. Além da unidade na capital, há Delegacias de Defesa da Mulher nas cidades de Pacatuba, Caucaia, Maracanaú, Crato, Iguatu, Juazeiro do Norte, Icó, Sobral e Quixadá.

Endereço: Rua Tabuleiro do Norte, s/n, Bairro Couto Fernandes
Telefone: (85) 3108-2950

Casa da Mulher Brasileira

O equipamento gerenciado pela Secretaria da Proteção Social (SPS), do Governo do Estado, atua no atendimento às mulheres que foram vítimas de violência em Fortaleza.

Horário de atendimento: 24 horas por dia
Endereço: Rua Teles de Sousa, s/n, Bairro Couto Fernandes
Telefone: (85) 3108-2968

Centro de Referência Municipal Francisca Clotilde

Em Fortaleza, é disponibilizado o Centro de Referência e Atendimento à Mulher em Situação de Violência Francisca Clotilde. O espaço, que faz parte do complexo da Casa da Mulher Brasileira, promove acompanhamento e encaminha as vítimas aos serviços da rede de atendimento, acolhendo mulheres que sofreram violência psicológica, sexual, física, moral, patrimonial, abuso, exploração, assédio moral e tráfico de mulheres.

Por Gioras Xerez

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