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Menino consegue nome do pai na certidão de nascimento após nove anos, no Ceará: ‘Agora, realmente, eu faço parte da família do meu pai’

Antônio Carlos Araújo é o pai biológico do menino, mas não o registrou quando nasceu porque não tinha documentos. A campanha “Meu pai tem nome”, promovida pela Defensoria Pública, estimulou a oficialização de paternidades.

O nome do pai na certidão de nascimento foi comemorado por Davi, um menino de nove anos no Ceará, neste sábado (12), quando a família regularizou o documento da criança. Antônio Carlos Araújo, de 42 anos, esteve com a mulher e o filho para realizar a alteração. Ele é o pai biológico do menino, mas não o registrou quando nasceu porque não tinha documentos.

“Agora, realmente, eu faço parte da família do meu pai”, comemorou o pequeno Davi, de nove anos.

A mãe de Davi, Francisca Andrelina, conta que o marido e filho nunca ficaram longe um do outro e achava que era complicado resolver a documentação. “Foi super rápido. Já saímos com o encaminhamento diretamente para o cartório arrumar isso. Agora é só ir lá. Vou resolver isso o quanto antes”, complementou.

A adição no documento aconteceu durante o mutirão da Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE) “Meu pai tem nome”, de reconhecimento de paternidade. A ação, promovida nacionalmente pelo Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais (Condege), reuniu mais de 200 famílias nas cidades de Crato, Fortaleza e Sobral.

A regularização da certidão de nascimento chegou para a família em um momento especial, já que Andrelina está grávida de cinco meses do segundo filho.

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Antônio Carlos e Francisca Andrelina estão esperando o segundo filho. — Foto: DPCE/Reprodução

Antônio Carlos e Francisca Andrelina estão esperando o segundo filho. — Foto: DPCE/Reprodução

‘Meu pai tem nome’

A história de Davi se assemelha com a de milhares de brasileiros. Em 2021, foram 167.420 crianças nascidas no Brasil que não receberam o nome do pai no registro de nascimento, conforme a DPCE.

No Ceará, 715 pessoas se inscreveram para o projeto “Meu pai tem nome”. Além de audiências para reconhecimento voluntário da paternidade, a força-tarefa atendeu situações sem acordo entre as partes, cujos pais recusaram-se a registrar os filhos e, por isso, foi necessário a realização de exame de DNA.

“Esse momento é de identidade que impacta de forma direta não somente na questão material, mas, sobretudo, na parte emocional na vida de quem tem pai ausente no registro. É a forma de oportunizar esse reconhecimento de pertencer a uma família, de ter uma história, de ter uma família paterna”, disse a defensora pública geral Elizabeth Chagas.

“A gente faz esse atendimento durante todo o ano, mas o Condege concentrou esforços neste dia D em mutirão. Por conta da alta demanda, com certeza vamos replicar a ação nos próximos meses. É uma felicidade estar aqui e poder oportunizar às pessoas uma transformação na vida delas”, complementa a titular da DPCE.

o Ceará no g1 

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