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A taxa recorde de desemprego verificada em abril tende a ser superada até junho, e chegar a 15,5%, prevê Bruno Ottoni, economista e pesquisador do Ibre/FGV e da Idados.
Os números deixam bem claro que o mercado de trabalho está muito fragilizado. O que me chama a atenção é que essa taxa de 14,7% de desemprego é recorde não só em relação à série da Pnad Contínua, que começou em 2012, mas também em relação à série antiga, que era anual e começou em agosto 1992. Se retroagirmos os dados compatíveis, vamos ver que é a maior taxa desde aquele período.
O que deve ocorrer daqui para frente?
Para o primeiro semestre vejo perspectivas ruins. Minha projeção é de que a taxa de desemprego vai chegar a 15,5% em junho. Daí em diante pode ser que o cenário comece a melhorar. Se a vacinação deslanchar e a economia continuar melhorando podemos ter um terceiro trimestre razoável e chegar ao fim do ano com desemprego de 14,6%. Esses dados ainda podem ser revistos nos próximos dias.
Uma eventual recuperação até o fim do ano deverá gerar mais vagas formais ou informais?
Acredito que vamos ter um quadro de emprego com carteira assinada subindo, mas um quadro de emprego informal subindo mais. Numa recuperação, e ainda mais numa situação de elevada incerteza, a tendência é que o empregador contrate informalmente. Se a recuperação se mantiver e a incerteza começar a se dissipar, mais para a frente o emprego se converte em formal.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.