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Mesmo material escolar pode custar até seis vezes mais em papelarias de Fortaleza

Conforme pesquisa do Procon, o mesmo apontador de lápis pode ser comprado por R$ 0,39 no Centro e R$ 2,40, no Bairro Edson Queiroz.

Preços de materiais escolares são pesquisados em Fortaleza. — Foto:  Procon de Palmas/Divulgação

Preços de materiais escolares são pesquisados em Fortaleza. — Foto: Procon de Palmas/Divulgação

O preço do material escolar pode variar até 515% nas livrarias e papelarias de Fortaleza, de acordo com um levantamento do Departamento Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon) divulgado nesta quinta-feira (12). O item que sofre maior variação é o apontador de lápis; o material da mesma marca foi encontrado de R$ 0,39 no Centro e R$ 2,40 no Bairro Edson Queiroz.

Pesquisa foi realizada com preços de 57 itens mais procurados nas listas de material escolar. O levantamento foi realizado entre os dias 2 e 6 de janeiro, em sete livrarias e papelarias, localizadas no Centro e no Bairro Edson Queiroz.

No levantamento, o Procon traz ainda preços de diversos tipos de lápis, canetas, cadernos, pastas escolares, borrachas, réguas, apontadores, tesouras, mochilas e dicionários.

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O Procon lembra que as escolas não podem exigir a compra de itens de uso coletivo, nem pagamento de taxas em substituição ao material, sob pena de multa de até R$ 15 milhões, conforme o Código de Defesa do Consumidor (CDC).

Entre os sete locais pesquisados, o Centro da cidade oferta os menores preços. Uma mochila, de tamanho médio que pode ser levada nas costas, pode ser encontrada de R$ 31,75, na rua Floriano Peixoto, área central de Fortaleza.

A mochila, do mesmo tamanho, mas neste caso, de marca diferente, pode custar até R$ 174,90, conferindo uma diferença de 451%. Também no Centro, estão os menores preços de réguas de plástico (R$ 0,84), lápis (R$ 0,75), tesouras (R$ 3,05) e canetas (R$ 0,50).

Material Escolar 2023

Produto Menor preço Maior preço Variação (%)
Apontador R$ 0,39 R$ 2,40 515%
Mochila média costas R$ 31,75 R$ 174,90 451%
Mochila média carrinho R$ 81,75 R$ 298,50 265%
Régua plástico 30 cm R$ 0,84 R$ 2,84 244%
Lápis grafite nº 2 R$ 0,75 R$ 2,40 220%
Tesoura sem ponta R$ 3,05 R$ 9,17 201%
Caneta esferográfica R$ 0,50 R$ 1,35 170%
Caderno 10 matérias R$ 10,00 R$ 25,90 159%

O presidente do Procon Fortaleza, Wellington Sabóia, reforça que marcas de produtos e especificação de livrarias não podem ser determinadas pelas escolas, bem como a compra forçada de livros e cadernos nas próprias instituições.

“Também é vedado o pagamento de taxas pela utilização de material escolar, atrelado à devolução dos itens ao final do ano letivo. As escolas também são proibidas de exigir valores ou taxas em substituição do material escolar, exceto quando esta seja uma decisão do contratante e não uma exigência da escola”, explicou Sabóia.

Segundo o Procon, as denúncias referentes a matrículas e compra do material escolar podem ser realizadas de forma anônima, por meio do portal da Prefeitura de Fortaleza, no campo “defesa do consumidor” e, também, pelo aplicativo Procon Fortaleza e ainda pela Central de Atendimento ao Consumidor 151.

Ainda de acordo com o presidente do Procon Fortaleza, as escolas não podem reter a transferência de alunos que possuem débitos financeiros, sob pena de serem multadas pela prática abusiva.

“Negar a matrícula para a mesma escola aonde o estudante já possui um débito é até compreensível e permitido, mas reter os documentos de transferência para outra instuição passa a ser um impedimento de escolha por parte do contratante, algo absolutamente abusivo”, reiterou Sabóia.

Dicas e direitos na compra do material escolar

  • Antes de comprar, verifique se existem itens que sobraram do período anterior e avalie a possibilidade de reaproveitá-los;
  • Escolas só podem pedir uma resma de papel por aluno. Mais do que isso já pode ser considerado abusivo;
  • Organizar um bazar de trocas de artigos escolares em bom estado entre amigos ou vizinhos, por exemplo, também é uma alternativa para gastar menos;
  • Pesquise em sebos, inclusive pela internet;
  • Algumas lojas concedem descontos para compras em grupos ou de grandes quantidades ou venda por atacado;
  • Produtos importados seguem as mesmas regras de marcas nacionais, resguardados os direitos do CDC;
  • Evite comprar no comércio informal. Isso pode dificultar a troca ou assistência do produto se houver necessidade;
  • Muita atenção a embalagens de materiais como colas, tintas, pincéis atômicos e fitas adesivas. Esses produtos devem conter informações claras, precisas e em língua portuguesa a respeito do fabricante, importador, composição, condições de armazenagem, prazo de validade e se apresentam algum risco ao consumidor.

    o Ceará no g1

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