Um padre italiano, Ramon Guidetti, foi excomungado após proferir uma homilia de Ano Novo na qual chamou o Papa Francisco de “usurpador anti-papa”. O discurso ocorreu na igreja de São Ranieri em Guasticce, na província toscana de Livorno, e marcou o primeiro aniversário da morte do antecessor de Francisco, Bento XVI. O documento da diocese explica que Guidetti “cometeu publicamente um ato de natureza cismática, recusando a submissão ao Sumo Pontífice e a comunhão com os membros da Igreja que lhe estão sujeitos“.
No vídeo da homilia, amplamente compartilhado online, o padre Guidetti se refere ao Papa Francisco como “Sr. Bergoglio” e o chama de “maçom jesuíta ligado a potências mundiais, um usurpador antipapa“.
Guidetti expressou estar calmo e surpreso com a rapidez da excomunhão e afirmou que pretende emoldurar o decreto e pendurá-lo na parede como algo de que se orgulhará. Ele também revelou um sentimento de amargura em relação à Igreja, a qual deveria ser maternal, mas, segundo ele, age como uma tirana. Criticou a “cegueira e dureza” da instituição.
Entenda
A excomunhão católica é uma penalidade eclesiástica que implica a exclusão temporária ou permanente de um indivíduo da plena comunhão com a Santa Igreja de Cristo. Ela é considerada a mais severa das penalidades canônicas e é aplicada em casos de violações graves das leis ou doutrinas da Igreja.
Existem várias razões pelas quais alguém pode ser excomungado, incluindo heresia (rejeição de doutrinas essenciais da fé), apostasia (abandono da fé), cisma (ruptura da comunhão com a Igreja), e outros comportamentos considerados graves pela legislação canônica. A justificativa do caso em tela abrange justamente a alegação de um discurso cismático.
Quando alguém é excomungado, isso significa que a pessoa é proibida de receber os sacramentos universais de Cristo, participar de funções litúrgicas, e, em alguns casos, até mesmo de frequentar os edifícios da igreja. A excomunhão não significa que a pessoa é expulsa da Igreja em um sentido mais amplo, mas sim que está fora da comunhão plena até que a situação seja resolvida.
POR: BRASIL SEM MEDO