Conforme testemunhas, o ônibus seguia o caminho para o terminal do Papicu quando foi cercado pelo grupo de motociclistas e teve a parada forçada por uma dupla que ficou na frente do veículo. Cerca de dez motos participaram do ataque.

“Eu imaginei ‘pô, assalto’. Aí foi que eu vi o cara descendo [da moto] com a corrente. O motorista infelizmente errou porque ele simplesmente abriu as duas portas, aí foi quando eles invadiram com capacete na mão, com corrente, e começaram a bater no pessoal. Aí foi que eu percebi que não era assalto, era coisa de [torcida] organizada”, conta um passageiro em entrevista ao g1.

Após o primeiro momento de ataque, os motociclistas desceram do ônibus e o veículo andou poucos metros, quando foi parado novamente. Nesta segunda vez, os vândalos atacaram o veículo com pedras e dispararam fogos de artifício em direção ao interior do coletivo.

“A primeira bomba que estourou foi justamente do meu lado, é tanto que meu abdômen tá todo machucado, e as costas com vários cortes minúsculos, que quando a janela estilhaçou, ficaram aqueles quadradinhos, aí caíram tudo por trás da minha blusa”, falou a testemunha.

“Foi uma sequência de bomba que eu pensei: ‘caraca, agora eu morro’, porque foi muito assustador”, lamentou o homem. “Nunca imaginei que seria uma noite de terror”

A Polícia Militar informou que uma composição do Força Tática do 22º Batalhão foi acionada para a ocorrência de um ônibus depredado. Quando os agentes chegaram no local indicado fizeram buscas, mas não encontraram o ônibus, as vítimas e os suspeitos.

“A Corporação ressalta que um Boletim de Ocorrência seja registrado em uma Delegacia de Polícia Civil, a fim de que o caso possa ser investigado”, disse a PM.

Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) lamentou e repudiou o “ato de vandalismo”. “Lamentavelmente, um grupo de motoqueiros atacou um veículo com arremesso de pedras, bombas caseiras, fogos de artifício e outros objetos.”