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Peixe-leão tem espinhos — Foto: Fábio Borges/Acervo pessoal
Um pescador sofreu um acidente envolvendo um peixe-leão na Praia de Bitupitá, em Barroquinha, no interior do Ceará. Ele pisou no animal e sofreu com dores e convulsões em seguida. A espécie é altamente venenosa e já foi encontrada em diversos locais do litoral cearense, inclusive em pontos turísticos famosos, como Jericoacoara. É o primeiro caso de acidente com esta espécie registrada em ambiente (ou seja, no mar) no Brasil.
“Esse é o primeiro ataque de peixe-leão registrado no Brasil em campo, em ambiente raso. Havia sido registrado alguns acidentes, mas em aquários, por pessoas que trabalham em aquários. Isso mostra que o animal está invadindo o ambiente”, disse o professor Marcelo Soares, do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Segundo a mulher do pescador, ele sofreu dores na região onde foi furado e teve convulsões. Embora os acidentes com o peixe-leão raramente sejam letais, o animal injeta uma toxina neuromuscular que pode causar sintomas como febre e convulsões.
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Conforme biólogos, o peixe-leão é venenoso e prejudicial para o turismo, pesca e economia. Ele pode soltar veneno pelas nadadeiras dorsais, não possui predadores naturais e se reproduz rapidamente. A pesquisa do Labomar encontrou, em 2021, oito destes animais em água rasa.
“Nós recebemos a informação através de pesquisas que nós estamos fazendo com este animal que por enquanto ele está desde Bitupitá até Itarema, no litoral cearense”, explica o professor. Os trechos do litoral cearenses citados por ele estão distantes cerca de 200 km.
O peixe-leão é uma ameça ao equilíbrio da vida marinha em Fernando de Noronha — Foto: Globo Repórter/ Reprodução
O peixe-leão é considerado uma das espécies mais invasoras e de risco global. Ele se alimenta de invertebrados, como camarões. É um peixe agressivo, além de ser peçonhento, e possui 18 espinhos venenosos capazes de provocar acidentes.
A orientação caso alguém aviste ou tenha informações sobre o peixe-leão no Brasil é repassar os dados através do Sistema Integrado de Manejo de Fauna (SIMAF) do IBAMA ou entrar em contato com o Programa Cientista-Chefe da Secretaria do Meio Ambiente (SEMA) do Ceará (cientistachefesema@gmail.com).