Integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados expressaram duras críticas ao embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, por sua participação em uma reunião no Congresso Nacional ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Entre os membros do PT que se manifestaram, destacam-se a presidente da sigla e deputada federal, Gleisi Hoffmann (PR), e o deputado Lindbergh Farias (RJ). Lindbergh Farias chegou a mencionar a possibilidade de expulsão do embaixador.

“Passou do limite. O embaixador de Israel, Daniel Zonshine, cruzou a linha do aceitável. Criticou publicamente Lula e o governo, que desde o início do conflito só pregam e trabalham pela paz, e agora se reúne com Bolsonaro e bolsonaristas pra fazer política? Devia estar seriamente empenhado em retirar brasileiros da região, isso sim. Basta. Que o Itamaraty avalie e requisite sua expulsão do país”, escreveu Farias nas redes sociais.

O governo, por sua vez, planeja abordar o assunto somente após o retorno ao Brasil do grupo que está programado para deixar a Faixa de Gaza nesta sexta-feira (10).

A precaução em tratar do tema antes da chegada do grupo ao solo brasileiro é motivada pelo receio de que uma ação do governo brasileiro para expulsar o embaixador israelense possa “impactar negativamente” o retorno dos brasileiros – o que é óbvio. A expulsão de um embaixador é considerada uma medida extrema em termos diplomáticos e raramente é implementada.

Gleisi Hoffmann também se manifestou, acusando Zonshine de se intrometer indevidamente na política interna do Brasil. Em suas palavras, o embaixador “mais uma vez intrometeu-se indevidamente na política interna de nosso país, num ato público com o inelegível Jair Bolsonaro, realizado em pleno Congresso Nacional“.

“A aliança espúria entre Bolsonaro e o embaixador de Israel é mais repugnante ainda porque envolve a segurança e a vida de cidadãos brasileiros mantidos sob cerco e ameaça no massacre militar na região da Faixa de Gaza”, acrescentou, entre outras críticas.