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Prefeito de cidade cearense sumido há nove meses pede licença do cargo

Pedido de licença ocorre dois dias após o Ministério Público pedir condenação do gestor por improbidade administrativa. Prefeito foi visto em público pela última vez em janeiro de 2023.

Prefeito José Maria Lucena, de Limoeiro do Norte, conhecido na cidade como Dr. Zé Maria, não é visto há meses — Foto: Reprodução

Prefeito José Maria Lucena, de Limoeiro do Norte, conhecido na cidade como Dr. Zé Maria, não é visto há meses — Foto: Reprodução

Após quase nove meses sem ser visto em público, o prefeito de Limoeiro do Norte, José Maria Lucena (PSB), enviou nesta quarta-feira (11) um pedido de licença de 120 dias para a Câmara de Vereadores do município. O pedido ocorreu dois dias após o Ministério Público pedir o afastamento preventivo de Lucena e o pagamento de uma multa de R$ 333 mil.

O documento que solicita a licença foi assinado na segunda-feira (9), mesmo dia do pedido de afastamento do MP, e foi recebido pelos vereadores nesta quarta-feira (11). Com o afastamento de Lucena, sua vice, Dilmara Amaral, com quem é rompido politicamente, deve assumir a prefeitura.

Ao g1, Dilmara afirmou que informada pela Câmara de que a cerimônia de posse deve ocorrer nesta quinta-feira (12) às 8h30. A gestora afirmou que continua estudando os primeiros passos que deve tomar como prefeita da cidade – mas já adianta que vai fazer alterações no secretariado.

“A gente já está analisando o cenário. Vamos fazer sim alterações porque a gente entende que a equipe de secretariado é equipe de extrema confiança do Executivo”, contou a vice-prefeita.

A última vez que Lucena, de 78 anos, foi visto em público foi no dia 12 de janeiro de 2023, portanto, há quase nove meses. Desde então, o gestor não aparece em compromissos oficiais nem promove audiências com vereadores ou aliados. O sumiço levou o Ministério Público a abrir um processo administrativo para investigar o caso.

Onde está o prefeito?

A vice-prefeita de Limoeiro do Norte, Dilmara Amaral, e seu pai, João Dilmar, que é ex-prefeito da cidade — Foto: Reprodução

A vice-prefeita de Limoeiro do Norte, Dilmara Amaral, e seu pai, João Dilmar, que é ex-prefeito da cidade — Foto: Reprodução

Segundo assessores e advogados de Lucena, o prefeito está realizando tratamento de hemodiálise em Fortaleza, a 200 quilômetros de Limoeiro do Norte, três vezes por semana, para combater problemas renais.

Com o sumiço do prefeito, a oposição passou a cobrar o afastamento de Lucena, uma vez que sua ausência prolongada viola a Lei Orgânica do município, que funciona como uma espécie de “Constituição” da cidade. De acordo com a lei, o prefeito não pode se ausentar do município por mais de 15 dias sem permissão da Câmara dos Vereadores, sob pena de perda do mandato.

Apesar disso, o gestor não solicitou licença médica e seus assessores garantiam que Lucena estava cumprindo plenamente suas funções de chefe do Executivo do município de 55 mil habitantes, um polo regional do Vale do Jaguaribe.

No processo administrativo conduzido pelo MP, é apontado que, embora o Lucena esteja teoricamente ausente, o Executivo municipal continua enviando projetos para a Câmara – o que levanta o questionamento de quem está exercendo as funções do prefeito.

Rompimento com a vice-prefeita

José Maria Lucena e sua filha ao lado, a deputada estadual Juliana Lucena, com secretários de Limoeiro do Norte — Foto: Reprodução

José Maria Lucena e sua filha ao lado, a deputada estadual Juliana Lucena, com secretários de Limoeiro do Norte — Foto: Reprodução

José Maria Lucena, conhecido em Limoeiro do Norte como Dr. Zé Maria, foi eleito prefeito em 2016. Em 2020, foi reeleito tendo Dilmara Amaral como vice.

A família Lucena tem forte envolvimento político: uma das filhas do prefeito, Juliana Lucena, é deputada estadual pelo PT; outra filha, Andrea Lucena, é secretária de Governo de Limoeiro; a esposa de Zé Maria, Maria Erivan, é ex-prefeita da cidade e atual secretária de Assistência Social.

Conforme apuração do g1, a resistência de Lucena e sua família em pedir afastamento vinha justamente porque o prefeito e a vice-prefeita romperam politicamente desde o início do mandato, em 2021, e desde então sequer se falavam por telefone.

De acordo com Dilmara, não houve motivo aparente para o rompimento. Ela afirma que um dia chegou na sede da prefeitura e viu que a fechadura da sua sala havia sido trocada. Depois, foi informada que sua sala seria usada para outros fins – e não voltou a despachar na prefeitura.

“Desde esta época, eu não consegui, nem eu nem meu pai, que meu pai também é um político aqui antigo, foi prefeito três vezes, e nós não conseguimos conversar com o Dr. Zé Maria. Nem com ele nem com a filha nem com ninguém que estava no comando da gestão”, afirma a vice-prefeita.

Nos últimos meses, houve uma tentativa de reaproximação entre Dilmara e o grupo político de Lucena. Conforme a odontóloga, a família do prefeito a convidou para discutir a licença de Lucena, período no qual Dilmara assumiria. Não houve, porém, um acordo.

Questionada se a licença anunciada nesta quarta-feira era fruto de um acerto entre a vice-prefeita e os Lucena, Dilmara negou. “Não houve nenhum tipo de entendimento. Ao meu entender, a família finalmente entendeu que não tinha mais como dar continuidade à gestão como estava”, afirmou nesta quarta-feira (11) ao g1.

José Maria Lucena e secretários em foto publicada nas suas redes sociais — Foto: Reprodução

José Maria Lucena e secretários em foto publicada nas suas redes sociais — Foto: Reprodução

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