De acordo com o clube, obstáculos econômicos e estruturais impediram a assinatura de um novo vínculo do craque, que teve o último contrato encerrado no dia 30 de junho. O Barcelona precisaria reduzir sua folha salarial para não ultrapassar o limite imposto pela La Liga (liga que organiza o Campeonato Espanhol).
— Desgraçadamente, recebemos uma herança nefasta. A folha salarial representa 110% das receitas do clube. Não temos margem salarial. Quando chegamos ao clube, os números apresentados depois da auditoria foram muito piores do que nos haviam dito e do que prevíamos. As perdas são muito elevadas, as dívidas muito elevadas. Não temos margem — comentou.
Com a crise financeira, o Barcelona viu seu limite baixar quase 50%: de 671,4 milhões de euros no início da temporada 2019/20 para 347 milhões (R$ 2,1 bilhões) no fim de 2020/21. Com o fraco faturamento diante da pandemia, o número vai ser ainda mais reduzido agora: cerca de 200 milhões de euros (R$ 1,2 bilhão) segundo o jornal “The Guardian”.
Messi deixa o Barcelona depois de 17 temporadas pelo clube — Foto: AFP
O Barça ainda emitiu na quinta-feira um comunicado contra o acordo anunciado por LaLiga com o fundo de investimento CVC Capital Partners. O fundo injetou 2,667 bilhões de euros na competição, em troca de 11% do negócio. Caso aceitasse fazer parte do acordo, o Barcelona receberia 270 milhões de euros, o que ajudaria em sua crise econômica, mas teria de se comprometer pelos próximos 50 anos.
— A inscrição de Leo passava por aceitar uma operação que não era interessante para o Barça. Entendemos que não tínhamos que aceitar uma hipoteca dos direitos televisivos do clube durante meio século.
Ainda durante a entrevista coletiva, o presidente da liga, Javier Tebas, disse no Twitter que essa operação com a CVC não significaria a hipoteca dos direitos de TV, mas sim a valorização do item “para todos os clubes”, e que isso ajudaria a resolver a dívida do Barcelona. Laporta respondeu:
— Olá, Javier, quero dizer que não interpretamos assim. Houve conversas entre os nossos executivos e quem está a conduzir a negociação com a CVC nos deu essa resposta. O negócio comporta riscos que não queremos assumir — declarou.
Por Redação do ge — Barcelona, Espanha