O líder opositor russo Alexei Navalny, de 47 anos, foi declarado morto pelo Serviço Federal Prisional da Rússia enquanto cumpria uma sentença de 30 anos em uma prisão na região de Yamalo-Nenets, no Ártico. Sua saúde deteriorou-se durante a detenção, com períodos de greve de fome e relatos de tortura psicológica, incluindo ser acordado por músicas nacionalistas pró-Putin. As causas da morte não foram divulgadas até o momento. Navalny afirmava que suas condenações eram perseguições políticas e que era vítima de um sistema que remonta aos julgamentos farsescos da era stalinista.
Navalny, um ex-advogado que ganhou fama satirizando a elite de Putin e denunciando a corrupção do governo, tornou-se um dos mais proeminentes críticos do regime. Ele foi detido em janeiro de 2021 após retornar da Alemanha, onde estava sendo tratado por um envenenamento. Sua prisão desencadeou protestos em toda a Rússia, mas ele recebeu três sentenças de prisão, todas contestadas como politicamente motivadas.
Apesar da negação oficial da Rússia, suspeitas de envenenamento pairaram sobre Navalny desde 2019, quando ele foi hospitalizado enquanto cumpria pena de prisão por envolvimento em protestos eleitorais. Sua morte desencadeou uma onda de tristeza e indignação internacional, com o secretário-geral da OTAN exigindo esclarecimentos sobre as circunstâncias do ocorrido. Navalni deixa um legado de luta pela democracia na Rússia, destacando-se por sua coragem em desafiar o regime de Putin e mobilizar oposição popular contra ele.
Um dia antes de morrer, Navalny fez piada com o juiz federal russo, durante uma videoconferência na prisão. “Vou lhe enviar o número da minha conta bancária para que você possa ‘aquecê-la’ um pouco com seu enorme salário como juiz federal, porque meu dinheiro está acabando”, disse Navalny no vídeo.