O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, foi exonerado do cargo nesta terça-feira (12) para votar no projeto de lei que endurece as regras de saidinhas de presos, na Câmara dos Deputados. Ele é deputado federal eleito, pelo PL-SP, e estava licenciado para atuar na pasta do governo de Tarcísio de Freitas.
A informação da exoneração de Derrite foi publicada nesta terça no Diário Oficial de São Paulo. Durante a sua ausência, o secretário-executivo da Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo, Osvaldo Nico Gonçalves, responderá pela pasta. Assim que o projeto for relatado e votado, ele retorna ao cargo de secretário da Segurança em São Paulo.
Derrite foi o relator do projeto na Câmara dos Deputados quando aprovado na casa em agosto de 2022. Em fevereiro deste ano, o Senado aprovou o texto com algumas mudanças e, por isso, o PL precisa passar novamente pela Câmara. A tendência é que Derrite seja novamente o relator.
A expectativa é de que o projeto de lei seja aprovado pelos deputados, mas seja vetado pelo presidente Lula. O Palácio do Planalto já se manifestou contra, argumentando que a saída dos presos contribui para a “ressocialização” e os estimula a um bom comportamento.
O que se observa na prática, porém, são muitos presos usando a saidinha para cometerem mais delitos, sem mencionar os que jamais voltam à prisão.
Ironicamente, a exoneração de Derrite coincide com o mesmo dia em que cerca de 33 mil presos são liberados das penitenciárias paulistas para aproveitar a primeira saidinha do ano.