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Um tremor de terra de magnitude 2,7 assustou moradores das cidades de Tianguá e Frecheirinha, na região Norte do Ceará, na tarde desta terça-feira (7). Relatos de moradores enviados ao g1 citam um “forte estrondo” que durou cerca de cinco segundos. Uma casa ficou com a parede danificada. Tianguá também registrou, na noite desta segunda-feira (6), a maior chuva da série histórica, desde 1974.
“Foi um barulho parecido com uma bomba, mas não era”, afirmou Maria Angélica de Sousa Oliveira, residente na zona rural de Tianguá.
Já Alcilene Moita, também moradora da cidade, afirmou que o abalo sísmico “chacoalhou” o telhado da residência dela. A mulher afirmou que o abalo aumentou, até o chão, uma rachadura que havia na parte de cima de uma parede da casa onde vive.
Raimundo Nonato, morador da cidade de Frecheirinha, contou que estava na sala de casa com a família quando percebeu o que estava acontecendo.
“A gente estava sentado na sala, e de repente, sentiu um forte barulho no chão e começaram a vibrar as coisas, as portas, a casa. Pensei que era só na minha casa, mas os outros moradores sentiram o mesmo impacto também e começaram a sair das casas. Foi muito rápido, uma coisa de segundos”, afirma.
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O tremor de terra foi confirmado pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que monitora esses fenômenos também no território cearense.
“Ele [o tremor] foi calculado entre Viçosa do Ceará e Tianguá. Essa magnitude para a região é bem sentida. É média [a intensidade do tremor], não chega a ser alta. Na região de Sobral já chegou a haver tremor de magnitude 4”, afirmou Eduardo Menezes, técnico do laboratório de sismologia da UFRN.
Os tremores ocorrem no Ceará devido a fossas subterrâneas constantemente em atividade sismológica. As fossas são ligadas ao encontro das placas tectônicas no Oceano Atlântico, entre a América do Sul e o continente africano.
O mais forte tremor registrado na região ocorreu em Sobral, em 2009, e atingiu a magnitude 4,3. O abalo causou rachaduras em estruturas de concreto e derrubou móveis em residências e comércios. O tremor atingiu uma área de 200 quilômetros de raio e chegou a afetar cidades do litoral cearense, como Fortaleza.
A chuva que ocorreu em Tianguá, na noite desta segunda-feira (6), foi a maior da série histórica do município, de acordo com dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Com 170 milímetros, a chuva deste ano superou os 140 milímetros ocorridos entre os dias 14 e 15 de abril de 1974.
As precipitações no município começaram no fim da tarde e deixaram ruas e avenidas alagadas nos bairros Centro, Estádio e Governador Ferraz. Com a força da chuva, vias foram tomadas por correnteza, a água invadiu residências, e veículos ficaram submersos e foram arrastados pela correnteza.
A chuva acompanhada de ventos fortes causaram a queda de algumas árvores. Houve também o destelhamento de casas e queda de muros.
As chuvas foram causadas, segundo a Funceme, principalmente por áreas de instabilidades associadas à presença de um sistema chamado de cavado em baixos níveis. Houve influência também da brisa marítima, uma corrente de ar mais frio que ocorre do continente para o oceano no período da noite, proporcionando a subida do ar quente, além de efeitos locais tais como temperatura, relevo e umidade mais elevada.
A Funceme explica que esse cenário favorece ainda a formação de nuvens convectivas do tipo Cumulonimbus, que causam chuvas intensas, descargas elétricas, rajadas de vento e com grandes acumulados em poucas horas.
o Ceará no g1