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As doenças chamadas de “arboviroses urbanas”, como dengue, zika e chikungunya, fizeram milhares de pacientes em 2021, no Ceará. Contudo, a atenção para estes casos foi desviada por conta da pandemia de Covid-19, como avalia a secretária executiva de Vigilância e regulação da Secretaria da Saúde do estado (Sesa), Ricristhi Gonçalves.
“Ainda circula zika, ainda circula chikungunya, mas muito menos. É fato que tivemos uma epidemia silenciosa de arbovirose no Ceará, infelizmente, durante dez semanas”, comentou a secretária.
Conforme a Planilha de Notificação Semanal (PNS) da Sesa, em 2021 o Ceará teve 31.570 casos de dengue, sendo 31 graves e 20 óbitos, até o último dia 18 de dezembro. O estado teve ainda 177 casos de zika vírus (dez em gestantes) e 872 casos de chikungunya.
“Acabou que a gente deu muita ênfase, ficou muito preocupada com a pandemia da Covid-19, e acabou esquecendo o controle de outras doenças que são muito importantes e ocorrem no Ceará todos os anos”, avalia Ricristhi.
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A constatação é reverberada também pelo secretário da Saúde, Marcos Gadelha. “O cenário foi que, em virtude da Covid, as pessoas com doenças crônicas transmissíveis deixaram de ser atendidas. Então, quando o cenário começa a ter mais controle, a gente começa a ter outras repercussões de doenças que, na verdade, não deixaram de existir”, destaca o titular da Sesa.
Para Marcos, o foco apropriado em outras doenças precisa voltar no Ceará. “Está na hora de a gente retomar o foco para o cenário global da saúde, que envolve controle de arboviroses, controle das doenças crônicas não transmissíveis, diabetes, hipertensão, prevenção do câncer, tudo isso é preciso ser retomado”, disse o secretário.
Já Ricristhi Gonçalves pede também o apoio da população. “A gente precisa que as pessoas lembrem que o Aedes Aegypti é um mosquito muito doméstico, está muito perto da população, se alimenta do sangue da população. Ele procria dentro da casa e a gente tem de evitar isso, porque sabemos que ele é um transmissor dessas doenças chamadas arboviroses urbanas”.
Ela lembra também que a quantidade de insetos cresce durante a quadra chuvosa, que ocorre entre os meses de fevereiro e maio no Ceará, mas o aumento das precipitações já pode ser notado em dezembro e janeiro, quando começa a pré-estação das chuvas.