A nova composição da Câmara Municipal traz uma mescla de desafios e oportunidades para o novo prefeito.
No primeiro turno das eleições do ano passado, 15 vereadores da coligação de Evandro foram eleitos. Como a cidade tem um total de 43 vereadores, isso significa que o petista não teria maioria numérica na Câmara a partir deste primeiro resultado.
Evandro Leitão é eleito prefeito de Fortaleza. — Foto: Thiago Gadelha/ Sistema Verdes Mares (SVM)
Como aponta Inácio Aguiar, este cenário ficou mais favorável a Evandro entre o primeiro e o segundo turno, quando a coligação do petista conseguiu o apoio de mais vereadores e chegou a ter um total de 24 parlamentares. Desta forma, uma maioria simples está formada por enquanto.
O comentarista ressalta, ainda, que o período de transição entre as duas gestões municipais vai envolver uma negociação entre os partidos para consolidar este cenário. O prefeito eleito é o atual presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, e a experiência como parlamentar estadual deve ajudar na relação com a Câmara de Fortaleza.
“O Evandro Leitão tem um perfil, uma postura muito marcada lá na Assembleia [Legislativa do Ceará] pela capacidade de dialogar com os diferentes partidos. Isso dito, inclusive, pelas legendas de oposição lá na Assembleia. Então, é muito provável que o Evandro comece essa negociação e que o governo dele tenha condição de fazer mais adesão de vereadores”, analisa Inácio Aguiar.
Outro ponto a ser definido é a escolha de um novo presidente para a Câmara Municipal. Caso a base de Evandro consiga indicar e eleger um aliado para esta posição, o novo prefeito terá uma conjuntura favorável para a aprovação de projetos.
Oposição fortalecida
Dentre os desafios apontados para a atuação do novo prefeito, está o fortalecimento da oposição entre os parlamentares eleitos. O PL, por exemplo, elegeu cinco vereadores, enquanto o União Brasil terá dois vereadores na Casa. Conforme Inácio, esta oposição deve ser mais aguerrida no mandato de Evandro.
Uma possibilidade para o petista é atrair os vereadores eleitos pela coligação do atual prefeito, José Sarto (PDT). Isso porque, dos 18 vereadores que conseguiram estas vagas, 12 apoiaram André Fernandes e seis migraram para apoiar Evandro no segundo turno.
Atuação de vereadores nos bairros
Inácio Aguiar enfatiza também que os vereadores vinculam sua atuação a bairros e comunidades da capital. Por isso, a cobrança destes eleitores para que os parlamentares entreguem serviços e melhorias, sendo intermediários entre as comunidades e a Prefeitura, pode fazer com que eles se agrupem em torno da base governista.
“É isso que acontece em Fortaleza, é isso que acontece na maioria das cidades brasileiras e é isso que acontece, inclusive, no Congresso Nacional, em que o governo Lula foi eleito com uma minoria e conseguiu, de alguma maneira, equilibrar a balança, os pratos lá no jogo do parlamento na Câmara e no Senado”, analisa.
Desta forma, as dificuldades de Evandro por conta de uma oposição mais forte podem ser compensadas se houver mais adesão à base do novo prefeito.
Por Redação g1 CE